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ACORDES


E era ele e sua guitarra verde velha.
Apenas os dois: Ele e os seus acordes - além de um sofá horroso, um apartamento velho e um copo de gim.
Sem gelo.
Sem ar condionado.
Sem suor.
Sem nada.
Nada mais.
Nada mais.
Apenas acordes mal tocados.
E eles rolavam noite afora.
Descontrolados.
Deliciosos.
Acordes.
Apenas acordes.
Misturados ao barulho da chuva.
Misturados ao som do salto alto da vizinha de cima.
Delícia de saltos e unhas vermelhas pintadas.
Acordes misturados aos sons da noite.
Ao som das unhas da sua vizinha.
Ao som dos seus dedos.
Acordes.
Apenas acordes.
Dedos delicados e sensíveis.
Acordes misturados aos deliciosos barulhos da madrugada.
Sons deliciosos.
Os barulhos da sua vida.
Medíocre, porém adorável vida.
Nada mais que isso.
E pode haver mais?
Pode?
E você me diz aonde ir.
Aonde ir...

“One sign said north one sign said east so I went south…”





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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,