COMO UM CONTO DE FADA EM UM DIA DE CHUVA
Assim que girou a chave da porta da quitinete em que morava no centro velho da cidade, ela soltou um suspiro de alívio e jogou a sua bolsa no meio do monte de almofadas sujas e vermelhas que ficavam ao lado da tv “meia” polegada que entulhava a sala. Chovia muito e já era bem tarde da noite. E ela estava lá, com fome, com frio, desesperada, cansada e com o saco cheio de tudo aquilo. Era tarde da noite. Ela estava ensopada e o dia não tinha sido nada bom. Nada bom. Ainda mais uma vez, ela não havia conseguido o maldito emprego, agora por causa das malditas tatuagens que tinha no braço. – Lamento, mas a senhorita não devia ter tatuado o nome de uma banda de rock no seu braço esquerdo inteiro. Nossa empresa não aceita esse tipo de perfil – disse a senhora gentil e gorda e velha para ela. Fodam-se eles, eu adoro as minhas tatuagens – ela pensou. Mas seu pensamento “foda-se” durou o tempo suficiente de ela abrir a geladeira. Ela TINHA que arr