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Mostrando postagens de junho, 2003
E certa vez eu escrevi um pequeno texto inspirado na banda carioca Luisa Mandou Um Beijo (muito boa, por sinal). E o Fernando Paiva (que é o guitarrista) foi muito gentil e elogiou o que eu havia escrito. E eu fiquei contente. E trocamos alguns e-mails e ele me indicou uma outra banda carioca, uma banda já extinta, chamada Vibrosensores . Eu escutei algumas de suas canções e adorei a banda. Achei encantadora a forma de abordagem deles. E agora, o grande Fernando está escrevendo de modo brilhante na sua MÁQUINA DE ESCREVER . E na última edição, ele escreveu sobre os VIBROSENSORES . E eu, aproveitei a oportunidade e escrevi o texto abaixo sobre eles...e vocês devem ouvir a banda e ler o Máquina de Escrever e aproveitar esse final de semana, que é o melhor que se tem a fazer...
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,
MANHÃ DE DOMINGO E seus olhos não suportavam mais tantas lágrimas. Inchados. Cansados. Borrados. Infelizes. Pequenos. Sua cabeça parecia explodir. Não tolerava mais os ecos das palavras rudes e estúpidas que havia ouvido horas antes Você é como uma manhã de domingo. Triste e cinza. Apenas triste e cinza. E eu não quero isso para mim... e essa foi a pior despedida que ele poderia proporcionar para aquela linda garota de cabelos vermelhos, que agora estava naquele banheiro de padaria imundo, com olhos inchados, cansados, borrados e infelizes...muito infelizes...
CHANCES Ele achava, até aquela noite, que nao era capaz de fazer nada que prestasse. Ele acreditava, piamente, que tudo em que tocava se transformava em lixo. Ja havia algum tempo que ele tinha a certeza de estar perdido. Total e irrecuperavelmente perdido. Uma cançao derretida em acido do Radiohead, sem começo, sem meio e sem fim. Até aquela noite. - Quer dançar comigo? - ela pediu, carinhosa Ele o olhou surpreso e perguntou - Quando? Agora? - Nao, na semana que vem - ela brincou - Por que você quer dançar comigo? - ele perguntou - Eu ja nao te fiz mal suficiente? - Eu te amo seu idiota. Quero dançar a porra da minha vida inteira com você porque eu te amo. Apenas isso - ela respondeu - Agora, vem dançar. Ele apenas sorriu e decidiu que ainda iria se dar uma chance. Uma ultima e preciosa e necessaria chance. E na pista do Clube Varsovia, naquela noite, um casal dançou apaixonadamente. Um garoto perdido tentando se encontrar e uma garota decidida querendo ser feliz. Ap
PROMESSAS - Você promete uma coisa? - ela pediu, quase afogada em tanto amor. - Tudo o que você quiser - ele disse. - Você promete nunca me magoar? - ela disse, desafiadora. Ele a encarou por breves instantes e respondeu, direto - Prometo tentar. Ela respirou aliviada e disse, tranquila - Obrigado. Ele devolveu o olhar e perguntou - Obrigado pelo quê? - Por não mentir para mim - ela respondeu, sentindo-se a garota mais apaixonada e feliz do planeta...
ADOLESCENTES... - Quer um gole? - ele perguntou, com um sorriso bobo no rosto. - Do quê? - ela indagou - Você não está bebendo nada. - Da minha saliva - ele disse, com um olhar ainda mais sacana. - Nojento - ela retrucou, dando-lhe um soco simbólico. - Me dá um beijo, vai - ele pediu. - Te amo seu trouxa - ela disse, segundos antes de dar um dos beijos mais apaixonados da sua pequena vida...
INVERNO? NÃO EXISTE INVERNO SEM NEVE... E, depois da porrada violenta que a vida lhe deu na boca do estômago, bem na boca do estômago, ela resolveu dar um "foda-se". resolveu que tudo o que ela mais queria era viver. Depois de todos aqueles cansativos dezoito anos, ela queria apenas viver. E foda-se quem lutasse contra ela. Ela queria ser viva. Queria sair com os amigos, queria dançar a noite toda, queria deitar na cama e dormir, queria sorrir, queria quebrar portas com socos, queria quebrar garrafas aos cacos, queria desprezar quem a desprezava, queria beber até cair, queria fumar o que quisesse, queria olhar para quem quisesse, queria foder quem não a entendesse, queria, enfim, apenas ser feliz. Assim, de uma só vez e tão de repente. Ela queria viver a sua vida. naquela tarde chuvosa de início de inverno, no escuro do seu quarto, ela percebeu isso. Percebeu que o frio estava apenas começando...e ela iria enfrentá-lo de frente, com certeza...para o bem ou para o ma
Então, aí embaixo, eu escrevi uma estória triste e uma feliz. Na verdade, gosto de pensar que as duas são apenas... estórias, comuns a quem está apenas vivo. Mas, apesar da distância entre ambas, eu espero que elas tenham sempre um final feliz. Ah, a primeira eu escrevi para essa moça gentil aqui... ... e, a segunda, bem, a segunda eu escrevi para uma pessoa especial e para quem quiser sorrir e amar... apenas para quem quiser sorrir e se divertir com minha bobas e poucas palavras... divirtam-se...
PARA QUEM PRECISA DESABAFAR - Me diz uma coisa? - foi a primeira coisa que ele perguntou assim que a viu. E ela estava com um olhar triste. O mais triste de todos. - O quê – ela disse, sem mais disfarçar qualquer lágrima. - Eu sei que não há nada a fazer ou a dizer agora, mas seu eu te der um puta abraço, você me promete uma coisa? – ele perguntou. Ela não conseguia mais falar nada, então apenas consentiu com a cabeça. - Então tá... eu vou te dar o abraço e você vai chorar e chorar e chorar e chorar até se sentir mais leve e segura... Ela desabou em seu ombro e chorou... desejando ser uma criança e um pouco mais feliz. Sempre com bons amigos como ele ao seu lado...
NAMORADOS... Eles eram dois adolescentes. Dois adolescentes descobrindo o mundo, descobrindo a vida, tentando, experimentando, buscando saídas e caminhos e o que mais fosse necessário para ser feliz. Eles eram apenas dois adolescentes. Adoravam estar juntos. Precisavam se falar praticamente todos os dias. Precisavam se VER praticamente todos os dias. Adoravam estar grudados. Eram adolescentes... E o tempo foi passando e passando e passando. E, de repente, eles ainda adoravam estar juntos e ainda adoravam se falar todos os dias e ainda precisavam se VER todos os dias e ainda adoravam estar grudados, mas não de um modo pesado, sufocante, asfixiante. Apenas de um modo tranqüilo, feliz, em paz. Como somente quem ama MUITO é capaz de sentir... E depois de todo esse tempo – anos - lá estavam os dois, com rugas, ainda mais uma vez, sentados na fofa areia daquela praia, naquele dia nublado como o chumbo. - E quantos anos faz hoje? – ele perguntou, enquanto acendia um ci
POR FAVOR, USE O HEADPHONE - A PONTE (CASINO) ESTRADAS VAZIAS E PONTES NO CHÃO... " Faz um tempo que Eu já falo mesmo em me mudar... " Ela pensou que seria possível esquecer os seus problemas. Todos os seus problemas. Ela pensou que seria fácil. Simples como tomar um destilado forte. Uma anfetamina demente. Acreditou que, para tanto, apenas um carro bastaria. Um carro que a levasse para longe dali e seguisse por todas as estradas possíveis, todos os caminhos imaginários, ou não. E assim ela fez. Em um dia úmido e cinza - como os seus olhos - ela acordou bem cedo. Era madrugada, quase manhã. Encheu a sua mochila velha com uma porção de maços de cigarro; fitas cassete com as músicas prediletas; livros de poesia barata; e, fotos antigas. Fotos suas e de seus amigos. Fotos que ela adorava, caso sentisse saudade. Entrou em seu carro velho, adoravelmente sujo e despedaçado, o ligou e saiu por aí. Sem destino, sem saber para onde ir, sem saber se iria voltar. Ou
PRIMEIRO NAMORADO Eles estavam no quarto dela, felizes. Ele adorava estar no quarto dela. Na verdade, ele gostava muito mais de estar com ela, propriamente dita, do que estar em seu quarto, mas, enfim, a verdade é que estar juntos, de qualquer forma e em qualquer lugar, tornava-se motivo de felicidade, rara felicidade para ele. E, naquela tarde chuvosa e extremamente fria, eles estavam mais uma vez no seu recanto predileto. O quarto dela. - Já ouviu esse disco? – ela perguntou, animada - Que tipo de música é? – ele disse, enquanto tirava das mãos dela o álbum Ela sorriu, tímida e disse – Romântica. Você não gosta? – perguntou com um sorriso. - Você sabe que eu adoro qualquer música ao seu lado – ele mentiu, alegre. - Deixa disso. Eu sei que você curte outro tipo de som, mas relaxa babe, isso pouco importa. - Tem razão. O que importa somos nós, não? Ela olhou para ele, nervosa, e disse – Como assim? Ele respirou fundo e emendou – Adoro estar aqui, adoro estar com você
Já escrevi sobre o post acima. Já fiz uma brincadeira semelhante, com duas situações iguais/diferentes. Não resisti e fiz de novo. Aliás, acabo sempre fazendo as mesmas coisas again and again and again... ...mas eu gosto...