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CHANCES

Ele achava, até aquela noite, que nao era capaz de fazer nada que prestasse. Ele acreditava, piamente, que tudo em que tocava se transformava em lixo. Ja havia algum tempo que ele tinha a certeza de estar perdido. Total e irrecuperavelmente perdido. Uma cançao derretida em acido do Radiohead, sem começo, sem meio e sem fim. Até aquela noite.

- Quer dançar comigo? - ela pediu, carinhosa
Ele o olhou surpreso e perguntou - Quando? Agora?
- Nao, na semana que vem - ela brincou
- Por que você quer dançar comigo? - ele perguntou - Eu ja nao te fiz mal suficiente?
- Eu te amo seu idiota. Quero dançar a porra da minha vida inteira com você porque eu te amo. Apenas isso - ela respondeu - Agora, vem dançar.

Ele apenas sorriu e decidiu que ainda iria se dar uma chance. Uma ultima e preciosa e necessaria chance. E na pista do Clube Varsovia, naquela noite, um casal dançou apaixonadamente. Um garoto perdido tentando se encontrar e uma garota decidida querendo ser feliz. Apenas querendo ser feliz...


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,