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Mostrando postagens de junho, 2005
TOTALMENTE DESPIDO E CANSADO Mais ou menos como um castelo de cartas. Frágil, extremamente frágil e sem sentido. E, óbvio, para piorar, ele não estava construído sobre qualquer lugar sólido. Estava construído sobre areia fofa, mole e quente como o sol. Frágil e perigoso, Frágil e perigoso. A qualquer momento, como num passe de mágica e destino, tudo viria abaixo com uma violência assustadora e, claro, ainda mais uma vez ele iria se machucar para valer. E nenhum maldito podia evitar. Ele detestava aquele cenário de devassidão e ignorância e dor e medo. Detestava todo aquele cenário rasteiro, vizinho da devastação e solidão total. Mas, na verdade, ele simplesmente não podia fugir dele. Ao menos por enquanto. Porque, por mais que o odiasse agressiva e violentamente, ele estava preso a este maldito cenário de um modo inexplicável, odioso, raivoso e cheio de amor. E nenhum maldito podia ajudar.
NÃO SERIA LEGAL? FAZER PARTE DE UM FILME DE AMOR... - Beatles? - ela perguntou. - Não - ele respondeu, rindo. - Não sei então. - Vai desistir fácil assim? - ele provocou. - Claro. Você acha que você vale tanto a pena? - ela disparou com um sorriso, retribuindo a provocação e brincando como uma menina. - Você é que tem que me responder isso - ele disse. - É? - ela perguntou. - Claro. - Não sei então. - Não sabe o quê? - Se você vale tanto a pena assim. - Achei que eu pudesse valer. - Nem sei por que estamos discutindo isso - ela disse. - Nem eu - ele respondeu, desenhando o nada com os pés descalços na areia gelada. - Deixa eu te dizer uma coisa - ela falou. - À vontade. - Existe algo mais sensacional do que este pôr do sol que você está testemunhando aqui nesta praia? Este pôr do sol de um dia de outono. Nem bem frio, nem bem quente, porém, extremamente doce. - Claro que existe - ele retrucou. - Ah, existe? Posso saber o quê? - Se este momento fizesse parte de um filme, de que gênero s
A BALA AMARELA NO SACO DE JUJUBA - O mar está tão frio hoje - ela disparou, com os lábios ardendo por vodka. - Que mar? - ele perguntou, supreso. - O mar, oras. Qual mar? - ela respondeu irônica - O único que existe. O mar. Ele está muito frio hoje. - Ótimo. Ele pode estar frio, gelado, congelante, mas ainda bem que está longe de nós. Estamos no Clube Varsóvia. Percebe? - Você não tem o menor senso de realidade, sabia? Infelizmente. Este é o seu maior problema. Podemos estar no mar, no Varsóvia, na cidade, no campo, em algum inferninho cheio de putas e vagabundas e traficantes, ou mesmo nos alpes suíços. It´s up to us. Depende da sua imaginação. Da nossa imaginação. - E do grau etìlico e da quantidade de drogas que foi consumida hoje também, não? De qualquer forma, por que o mar está frio? - Você já viu o céu? Cara, é sábado a tarde e olha lá. Apenas nuvens cinzas, carregadas de inverno. Óbvio que o mar está frio. As lágrimas dos deuses não são quentes. Com toda a certeza. - Ah, as lág