QUEBRANDO ONDAS
- Eu adoro o Natal – ela disse, entre uma tragada e outra, com um sorriso no canto dos lábios.
- É verdade? – ele perguntou – Eu não ligo muito. Dizem que o Natal só é encantador para quem teve uma infância feliz e é, efetivamente, uma pessoa feliz – emendou.
Ela o olhou com desdém – Da onde você tira essas coisas?
Ele sorriu e respondeu, animado – Leio por aí. Eu sou uma pessoa bem informada.
- Minha infância foi bacana e, apesar de tudo, sou quase toda feliz, mas gosto do Natal por causa do clima, das pessoas, enfim, tudo parece mais... sereno, mais tranqüilo e seguro, mesmo com a correria e a loucura das pessoas e todos os seus preparativos.
- Já escreveu sua carta para o Papai Noel? – ele perguntou, acendendo um Marlboro.
Ela o encarou com uma certa dose de tristeza e respondeu, seca – Não, ainda não a escrevi.
- Ué, e o que está esperando? Já é quase Natal – ele disse.
- Expectativas por expectativas, eu deixo apenas as coisas acontecerem. Esperar a ond