QUANDO O REFLEXO NA JANELA DE UM ÔNIBUS VELHO E SUJO REVELA A SUA VIDA SEM VOCÊ DESEJAR. SEM VOCÊ DESEJAR... Manhã de segunda feira de julho em São Paulo. Maldita manhã de segunda feira em São Paulo. Em qualquer lugar do mundo. Maldita manhã de segunda feira em qualquer grande cidade de qualquer lugar do mundo. Manhã de segunda feira cinza, chuvosa e fria. Muito fria. Fria demais. Ninguém, mas ninguém no mundo merece uma segunda feira de manhã cinza, fria e chuvosa demais. De verdade. Do fundo do meu coração não desejo isso a ninguém. E, de bobeira, em um ato de verdadeira idiotice, percebi o reflexo do meu próprio rosto na janela do ônibus em que eu estava e que rasgava insano, em alta velocidade, aos trancos e barrancos e sem medo, a Avenida Francisco Matarazzo, zona oeste de São Paulo. E fiquei perplexo com a pequenez do que vi. Perplexo. Perplexo demais com tamanha pequenez. O que vi não ajudou em nada a minha vida, a minha esperança, a minha perspectiva de um f