EM SANTA TEREZA, VOCALISTAS TRISTES CANTAM APENAS BALADAS AMARGAS OU TRIP-HOP Ela ouvia, nítido, o barulho das pessoas ferozes à frente do palco. Uma pequena turba àvida por acordes e guitarras e espetáculo. Você ainda tem medo? - a voz dele ecoou na sua lembrança. O Clube era pequeno. Por mais que o seu primeiro show como cantora fosse uma lembrança adolescente, ela, definitivamente, nunca se acostumaria com o barulho das pessoas e com o cheiro de cerveja e fumaça e maconha que sempre impregnava a atmosfera dos pequenos clubes aonde tocava. Cheiro de pessoas reunidas e desejos. Você é linda. Suavemente linda e apaixonante. Doce. Tão fodidamente doce. Algum idiota anunciou e a banda subiu ao palco. Alguns aplausos, alguns gemidos, assobios, enfim, a reação de sempre. As usual. Ela, mais uma vez, se viu diante de uma platéia. Mais uma vez, ela não estava feliz. Você tem uma obssessão em ser triste. Uma espécie de fixação que eu não quero, e não pretendo, nunca entender. Os acordes começ