ODEIE-ME DOMINATRIX
Alguém já viu olhos verdes tão gordos e lindos?
Ela era fatal.
Uma inebriante Femme Fatale como a canção de Lou Reed e seu underground de veludo. Absolutamente fatal.
Fatal e forte e firme e segura e decidida e atrevida e ousada e centrada e todos os demais adjetivos utilizados sem vírgula entre eles. Adjetivos verdeiramente adjetivos. E exatos.
Ela era fatal e simplesmente o ignorava.
Culpa dele?
Claro que sim.
Idiota ao extremo, não percebeu que, na verdade, além dos saltos agulha e do corselet preto e do chicote prateado, havia uma garota de olhos gordos e verdes com medo. Insegura e menina demais.
Insegura e menina demais para ser deixada de lado.
Ele não percebeu.
Só isso.
Pobre idiota, covarde e medroso.
Azar o dele.
Agora é tarde para arrependimentos e desculpas. Agora é tarde demais.
E nos guardanapos de papel escritos à mão por ele em madrugadas frias e úmidas e bêbadas, repousava a sua culpa e o seu desejo.
Não me ignore. Odeie-me dominatrix.
E apenas os travestis e os mendigos e as putas e os covardes do centro da cidade tinham acesso aos bilhetes rasgados e jogados no chão nos botecos imundos por onde ele passava.
Odeie-me dominatrix.
Simplesmente odeie-me.
E, voltando, alguém já viu olhos verdes tão gordos e tão lindos e indecifráveis?
Alguém já viu olhos verdes tão gordos e lindos?
Ela era fatal.
Uma inebriante Femme Fatale como a canção de Lou Reed e seu underground de veludo. Absolutamente fatal.
Fatal e forte e firme e segura e decidida e atrevida e ousada e centrada e todos os demais adjetivos utilizados sem vírgula entre eles. Adjetivos verdeiramente adjetivos. E exatos.
Ela era fatal e simplesmente o ignorava.
Culpa dele?
Claro que sim.
Idiota ao extremo, não percebeu que, na verdade, além dos saltos agulha e do corselet preto e do chicote prateado, havia uma garota de olhos gordos e verdes com medo. Insegura e menina demais.
Insegura e menina demais para ser deixada de lado.
Ele não percebeu.
Só isso.
Pobre idiota, covarde e medroso.
Azar o dele.
Agora é tarde para arrependimentos e desculpas. Agora é tarde demais.
E nos guardanapos de papel escritos à mão por ele em madrugadas frias e úmidas e bêbadas, repousava a sua culpa e o seu desejo.
Não me ignore. Odeie-me dominatrix.
E apenas os travestis e os mendigos e as putas e os covardes do centro da cidade tinham acesso aos bilhetes rasgados e jogados no chão nos botecos imundos por onde ele passava.
Odeie-me dominatrix.
Simplesmente odeie-me.
E, voltando, alguém já viu olhos verdes tão gordos e tão lindos e indecifráveis?
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