EM SANTA TEREZA, VOCALISTAS TRISTES CANTAM APENAS BALADAS AMARGAS OU TRIP-HOP
Ela ouvia, nítido, o barulho das pessoas ferozes à frente do palco. Uma pequena turba àvida por acordes e guitarras e espetáculo.
Você ainda tem medo? - a voz dele ecoou na sua lembrança.
O Clube era pequeno. Por mais que o seu primeiro show como cantora fosse uma lembrança adolescente, ela, definitivamente, nunca se acostumaria com o barulho das pessoas e com o cheiro de cerveja e fumaça e maconha que sempre impregnava a atmosfera dos pequenos clubes aonde tocava. Cheiro de pessoas reunidas e desejos.
Você é linda. Suavemente linda e apaixonante. Doce. Tão fodidamente doce.
Algum idiota anunciou e a banda subiu ao palco. Alguns aplausos, alguns gemidos, assobios, enfim, a reação de sempre. As usual.
Ela, mais uma vez, se viu diante de uma platéia. Mais uma vez, ela não estava feliz.
Você tem uma obssessão em ser triste. Uma espécie de fixação que eu não quero, e não pretendo, nunca entender.
Os acordes começaram a rolar e ela, de olhos fechados, começou a despir seu vestido d´alma. Começou a murmurar as palavras cantadas, numa espécie de ritual. Numa espécie de expiação de dor e sacrifício. Como era fodido e dolorido ficar nua na frente de um público que, talvez, nem percebesse isso.
Você mora no Rio. Você canta numa banda. Você não pode ser feliz? É difícil ser feliz? É tão difícil assim?
As canções corriam e ela, suave e triste, continuava a cantar em seu sacrifício particular.
Em Santa Tereza, vocalistas tristes cantam apenas baladas amargas ou trip-hop. Cante um rock alegre. Uma canção de amor feliz. Uma única vez. Por mim, por favor...
E sob a lembrança doce do seu sorriso, ela encarou a banda antes do último número e decidiu, apenas por um momento, ser uma pessoa feliz. Mesmo sem ele por perto, mudou a última da noite e mandou uma adorável canção de amor, alegria, sorrisos, enfim, uma adorável canção de amor feliz.
Enlouquecida, a platéia olhava hipnotizada para aquela garota em cima do palco, conduzindo a noite como queria.
Ela não era mais uma vocalista triste. Ela agora uma mulher apaixonada.
Em Santa Tereza, vocalistas tristes também decidem mudar de idéia...
...
como se tivessem um pote de geléia de morango nas mãos...
Ela ouvia, nítido, o barulho das pessoas ferozes à frente do palco. Uma pequena turba àvida por acordes e guitarras e espetáculo.
Você ainda tem medo? - a voz dele ecoou na sua lembrança.
O Clube era pequeno. Por mais que o seu primeiro show como cantora fosse uma lembrança adolescente, ela, definitivamente, nunca se acostumaria com o barulho das pessoas e com o cheiro de cerveja e fumaça e maconha que sempre impregnava a atmosfera dos pequenos clubes aonde tocava. Cheiro de pessoas reunidas e desejos.
Você é linda. Suavemente linda e apaixonante. Doce. Tão fodidamente doce.
Algum idiota anunciou e a banda subiu ao palco. Alguns aplausos, alguns gemidos, assobios, enfim, a reação de sempre. As usual.
Ela, mais uma vez, se viu diante de uma platéia. Mais uma vez, ela não estava feliz.
Você tem uma obssessão em ser triste. Uma espécie de fixação que eu não quero, e não pretendo, nunca entender.
Os acordes começaram a rolar e ela, de olhos fechados, começou a despir seu vestido d´alma. Começou a murmurar as palavras cantadas, numa espécie de ritual. Numa espécie de expiação de dor e sacrifício. Como era fodido e dolorido ficar nua na frente de um público que, talvez, nem percebesse isso.
Você mora no Rio. Você canta numa banda. Você não pode ser feliz? É difícil ser feliz? É tão difícil assim?
As canções corriam e ela, suave e triste, continuava a cantar em seu sacrifício particular.
Em Santa Tereza, vocalistas tristes cantam apenas baladas amargas ou trip-hop. Cante um rock alegre. Uma canção de amor feliz. Uma única vez. Por mim, por favor...
E sob a lembrança doce do seu sorriso, ela encarou a banda antes do último número e decidiu, apenas por um momento, ser uma pessoa feliz. Mesmo sem ele por perto, mudou a última da noite e mandou uma adorável canção de amor, alegria, sorrisos, enfim, uma adorável canção de amor feliz.
Enlouquecida, a platéia olhava hipnotizada para aquela garota em cima do palco, conduzindo a noite como queria.
Ela não era mais uma vocalista triste. Ela agora uma mulher apaixonada.
Em Santa Tereza, vocalistas tristes também decidem mudar de idéia...
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como se tivessem um pote de geléia de morango nas mãos...
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