Pular para o conteúdo principal
O SECAR DAS LÁGRIMAS (É TÃO DOCE)


"...it´s getting better all the time..." - Puca cantarolou do nada, para espanto de Lee.
- Está? - Lee perguntou, completando na seqüência - E meu Deus, você vai sussurrar esta canção a tarde toda?
- Claro que sim - Puca respondeu - Estou feliz, pô. Não vejo o menor problema em expressar isto.
- Você é um saco. ...it´s getting better prá lá, it´s getting better prá lá. E peraí porra, isto é Beatles? Certo? - Lee perguntou fast and furious, após cair a ficha.
Puca olhou com um ar fake de superioridade para a amiga e com um sorriso quase revelador, apenas assentiu com a cabeça.
- Jesus, como você está ficando cafona, Puca - Lee reclamou - O que pode estar ficando melhor nesta porra de dia cinza? Ainda mais ao som de uma banda dos meus pais?
- Como você é pesssimista Lee. Caráleo. Como você é pessimista. Você é uma garota tipicamente "quarta feira de cinzas". Um porre não, uma ressaca completa. Você sucks demais.
Lee sorriu com a brincadeira e acendeu um Marlboro, um pouco mais feliz com a piada e com o brilho no olhar da amiga.
- Quer vinho? - Puca perguntou.
- Tem vodka? - Lee respondeu.
- Tem. Vou pegar. E enquanto pegava um copo americano qualquer, Puca continuou - Você anda estressada demais, Lee. Esta dor de coração, de paixão, de perda, de tudo, ainda vai te matar. Você devia relaxar um pouco e aprender que a vida pode ser contemplativa. Totalmente contemplativa. O amor está aí. Basta ver.
- Contemplativa? O que eu tenho para contemplar? - Lee disse - O espelho para ver como eu sou troux...
- EU - interrompeu Puca, com um sorriso disfarçado, lindo, delicado, completamente APAIXONADO - Você pode me contemplar. Sempre. Entende a porra do que digo?
Lee ficou em silêncio, surpresa (e com coração aos pulos).
- Então você não entende nada de amor e de assuntos de menininhas como este, por exemplo - disse Puca, aproximando-se de Lee e dando-lhe um dos beijos mais apaixonados e molhados que aquela sala já havia visto.
"... It´s getting better all the time..." - pensou Puca, feliz.
"...And in your way / In this blue shade / My tears dry on their own..." - pensou Lee, feliz.
O inevitável aconteceu. E elas sabiam disso...
E entre beijos lânguidos, molhados e apaixonados, apenas duas garotas, um sofá, vários toques, alguns perfumes e uma certeza: o amor está aonde menos se espera, mas ele está. Podem apostar.

Comentários

mto bom... voltou em grande estilo!
otimismo... preciso de uma boa dose disso...
preciso voltar a escrever meus contos tbm.. saudades!

grande beijo...
ah_sei_lah disse…
Muito bom ver que vc está levando a volta a sério (ou tentando rs).
Vou te escrever amanhã, trate de responder, tá????
Ah! Adorei a idéia de colocar as músicas disponíveis aqui...
Bjs
Anônimo disse…
caraaaaaaammmmmba.... má num é q ficou MTO incrível? pra variar né.. AMEI!!!!!!!!!!!!!
Ladyhell*** disse…
Linda volta Guzi....excelente conto, e uma última frase arrebatadora. Posso apostar, mesmo?
beijos saudades
Anônimo disse…
Olà!Amei esta historia e queria esta presente nela.Acho que estou apaixonda por alguém assim.Bjs valeu>>>

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
E QUEM DISSE QUE AS COISAS NÃO PODEM SER ASSIM? APENAS SIMPLES... - Pára! Ela ouviu a frase e virou a cabeça rapidamente. Queria saber de quem era aquela voz doce e suave, porém firme e ligeira, que havia dito a tal palavra para ela. - Pára! Assim – ele repetiu. Ela encarou o dono da voz com uma certa irritação. Apenas para disfarçar. Ele era lindo. Olhos escuros, cabelos pretos longos, um queixo quase barbado, regular e quadrado, e um sorriso sensacional. Estimulante. Aparentemente sincero e interessante. Ela apenas o encarou em silêncio, agora sem qualquer irritação disfarçada. Ele sorriu simpático, querendo quebrar o gelo – A posição do seu rosto daria uma foto. Um retrato lindo, sabe? Por isso pedi, quer dizer, quase mandei, né? Você ficar parada. Queria congelar o momento. Ela segurou um sorriso, apenas para querer parecer ser um pouco mais teimosa. Um pouco mais difícil. Ele ofereceu uma bebida. - Não sei o que está bebendo – ela disse – Como posso aceitar? Ele continuou com o co

Brindando Palavras Repetidas

  leia e ouça: richard hawley || coles corner - Você é repetitivo. Ele a olhou com uma surpresa muda,  - Você é muito repetitivo - ela disse, certeira, sabendo que o havia atingido em seu ponto mais fraco, mais vulnerável, mais dolorido. Não sorriu. Ele a olhou com certa surpresa sabendo que, no fundo, ela estava certa - Como assim? - perguntou, querendo ter certeza. - Repetitivo. Repetitivo. Você usa as palavras de forma inconsequente e repete sempre as mesmas coisas. Faz isso o tempo todo. - Faço? - ele disfarçou. Ela então sorriu levemente - Claro que faz. Mas o que me deixa ainda mais fascinada é esta sua cara de pau. Você sabe que é assim, desse modo, desse jeito e ainda assim continua nesta direção. Ele fingiu indignação, mas por puro orgulho. Ela estava absolutamente certa. Ele tomou um gole do que estava bebendo e ficou quieto, esperando a próxima porrada. - Não? Você não sabe disso? - ela insistiu. - Talvez - admitiu, sem admitir. - Então, por que você não tenta mudar? - Você