BANG! YOU ARE NOT DEAD, HONEY. - Quem disse? - ela perguntou a ele, com a voz seca e áspera ao telefone - Você pensa que me conhece, seu pretensioso do inferno? Pensa? - gritou, desesperada. Ele nada respondeu. E a linha ficou muda por breves e eternos instantes. Em total silêncio, mas não por ausência de sinal. A linha simplesmente ficou muda por ausência de verbos e palavras. Ausência de argumentos. Ausência de malícia. Ausência de vontade. Excesso? Apenas de medo e de cansaço. - Quem disse, porra? - ela insistiu - Quem disse? Da onde você tirou esta porra? - Vá e viva e ame! - ele respondeu antes de desligar, em um tom baixo, quase inaudível, quase infantil, porém doce e generoso. - Filho da puta - ela berrou, jogando o telefone na cama - Filho da puta. Babaca. E, aflita, começou a andar de um lado para o outro do quarto, como se quisesse correr. Como se pudesse fugir. Veloz e trôpega, porém descoordenada, sem saber o que fazer. Sem saber para onde ir. E suas mãos trêmulas acenderam