Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2004
KOTRIJ (OU APENAS LOSING MY RELIGION) Ela observava a paisagem cinza e o chão úmido através da janela daquele trem velho. Era um trem extremamente velho. Daqueles de cinema. Daqueles de Grace Kelly. Daqueles que remetem os mais velhos aos seus sonhos mais infantis, mais sexuais, mais antigos. Life is bigger It's bigger than you And you are not me The lengths that I will go to The distance in your eyes Oh no I've said too much I set it up Ela também observava as pessoas todas brancas e vermelhas, com seus casacos marrons e cinzas e seus cachecóis desenhados. E suas bocas com fumaça. O tempo todo. O tempo inteiro. Por causa daquele maldito frio. That's me in the corner That's me in the spotlight Losing my religion Trying to keep up with you And I don't know if I can do it Oh no I've said too much I haven't said enough I thought that I heard you laughing I thought that I heard you sing I think I thought I saw you try E o que mai
TODOS ESSES PEQUENOS DETALHES E, de repente, nada podia ser mais irritante para ela do que aqueles pequenos detalhes. Aqueles malditos pequenos detalhes. E ele nem se importava com isso. Ela? Chorava e amaldiçoava o dia em que o conheceu. Tudo por causa daqueles malditos detalhes. E ele nem se importava com eles. Quais detalhes? Apenas o fato de ela saber que ele jamais a amou ou mesmo sentiu qualquer tipo de carinho por ela. Ele jamais a amou. Pequenos detalhes não?
POR FAVOR, USE OS HEADPHONES LET IT BE (THE BEATLES) DEIXANDO ESTAR... E não havia nada, absolutamente nada, mais triste do que a despedida. E ela sabia bem disso. Já havia se despedido de muita pessoas. Já havia se despedido de muitas coisas, já havia se despedido de muitos “alguéns”. Já havia se despedido da vida, muito embora insistisse em viver. E não havia nada, absolutamente nada, mais triste do que uma despedida. E ela sabia bem disso. Naquela tarde, naquele imundo e lotado saguão de aeroporto. Os seus discos eram velhos. De vinil. Lindos, grandes, brilhantes, cobiçados, porém velhos. Antigos. Marcados. Muito usados. Mas isso pouco importava, pois ela, afinal, ela uma deusa mística. Uma garota sixties, toda beatle, toda moda, toda rock and roll, toda desencanada. Não. Não, na verdade ela não era nada disso. Porra, ela era MUITO mais do que isso. Só que nunca se deu a chance de descobrir. Ela ainda não percebia, mas era melhor do que todas elas,
TODAS AS CORES DA ÍRIS "Íris: Cada uma das duas membranas circulares e pigmentadas, presentes em cada olho, em cujo centro se encontra um orifício dito pupila, e situada posteriormente a cada córnea" (Dicionário Aurélio). A ÍRIS DA DOR Eles estavam sentados a uma mesa bem escondida do Clube Varsóvia. Uma mesa bem escondida e mal iluminada. Além das tradicionais luzes negras e coloridas do Varsóvia, havia apenas uma vela lilás iluminando a mesa cheia de copos vazios de vodka e cinzeiros sujos. - O que mais você quer de mim? – ela perguntou, aflita, enquanto acendia um cigarro, o décimo da noite. Ele a encarou, sereno, e disse tranqüilo, quase verdadeiro – Eu quero você de volta? Será que é pedir muito? - Para quê? – ela perguntou – Por que porra você me quer de volta? - Amor? Conhece? – ele respondeu, olhando fixamente para ela. Ela devolveu o olhar e disparou, seca – Conheço, mas em você. Mas não com você. Mas não vindo dos seus olhos. Eles não mentem, sabi