Pular para o conteúdo principal
NÃO SERIA LEGAL? FAZER PARTE DE UM FILME DE AMOR...

- Beatles? - ela perguntou.
- Não - ele respondeu, rindo.
- Não sei então.
- Vai desistir fácil assim? - ele provocou.
- Claro. Você acha que você vale tanto a pena? - ela disparou com um sorriso, retribuindo a provocação e brincando como uma menina.
- Você é que tem que me responder isso - ele disse.
- É? - ela perguntou.
- Claro.
- Não sei então.
- Não sabe o quê?
- Se você vale tanto a pena assim.
- Achei que eu pudesse valer.
- Nem sei por que estamos discutindo isso - ela disse.
- Nem eu - ele respondeu, desenhando o nada com os pés descalços na areia gelada.
- Deixa eu te dizer uma coisa - ela falou.
- À vontade.
- Existe algo mais sensacional do que este pôr do sol que você está testemunhando aqui nesta praia? Este pôr do sol de um dia de outono. Nem bem frio, nem bem quente, porém, extremamente doce.
- Claro que existe - ele retrucou.
- Ah, existe? Posso saber o quê?
- Se este momento fizesse parte de um filme, de que gênero seria?
- Amor? - ela arriscou.
Os olhos verdes e frios dele brilharam por um instante - Exato. Um filme de amor.
- E nós seríamos o quê neste adorável filme de amor? - ela insistiu - Os protagonistas?
- Depende.
- Do quê?
- Eu não gosto de finais tristes.
- Nem eu.
- Não seria ótimo podermos ficar sempre juntos?
- Ótimo? Seria maravilhoso.
- E quem nos impede?
- Quem nos impede?
- Isso.
- Ninguém.
- Então por quê você não me dá um beijo de cinema neste exato instante.
- Não é mesmo Beatles? - ela insistiu, querendo beijá-lo muito, mas fazendo puro charme.
- Não. Beach Boys - ele respondeu delicado, afastando os longos cabelos castanhos do suave rosto daquela menina.
- Ah, Beach Boys. Adorável.
- Quer saber os versos?
- Claro.
- "Talvez se desejarmos, esperarmos e rezarmos / Isso se torne realidade / Então baby não teria nada que não conseguiríamos fazer / Nós poderíamos casar / E então seríamos felizes / Não seria legal?"

Ela apenas sorriu e seu coração pareceu transbordar de felicidade. Beijaram-se de uma forma suave, linda, apaixonada, cinematográfica, enfim romântica, como só uma tarde de outono numa praia vazia poderia ser, ainda mais ao som imaginário de uma canção de amor dos Beach Boys, recheada de desejos e verdades...

...desejos e puras verdades...



WOULDN´T IT BE NICE?
(Beach Boys)

"Wouldn't it be nice if we were older
Then we wouldn't have to wait so long
And wouldn't it be nice to live together
In the kind of world where we belong

You know it's gonna make it that much better
When we can say goodnight and stay together

Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through

Happy times together we've been spending
I wish that every kiss was never ending
Wouldn't it be nice

Maybe if we think and wish and hope and pray
It might come true
Baby then there wouldn't be a single thing we couldn't do
We could be married
And then we'd be happy
Wouldn't it be nice

You know it seems the more we talk about it
It only makes it worse to live without it
But let's talk about it
Wouldn't it be nice"

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

OS PEQUENOS MILAGRES DE SÃO JORGE. PEQUENOS?

- Lembra? - ela perguntou, com um sorriso feliz. - Do que, exatamente? Ando bebendo tanto que minha memória dissolveu de vez - ele retrucou, divertido. - De quando nos conhecemos? Lembra? Ele sorriu por um tempão e ficou olhando para aquela garota linda, ao seu lado. Simplesmente a sua melhor amiga.A pessoa com quem ele mais se importava. - Lembra ou não, porra? - ela perguntou ríspida, exibindo a total falta de paciência. Típica. - Claro que lembro - ele respondeu - Claro que lembro. Clube Varsóvia e o Edu nos apresentou. - Sei. - Claro que sabe, você queria dar para ele. - Tonto. - Queria sim. - Imbecil. - Deixa isso para lá. O que você quer saber exatamente, tirando o porra do Edu? - ele perguntou, curioso com a pergunta. - Estávamos no Varsóvia e você me disse algo que achei tão curioso para o lugar, para o momento, para tudo o que acontecia naquela hora. - O quê? - ele perguntou - O que eu disse de tão formidável e extraordinário assim? - Falávamos sobre alguma c
POSSO PEDIR DESCULPAS? Eu vou atualizar isso aqui...estou no meio de uma tempestade de coisas para fazer e não tem sobrado muito tempo para fazer o que gosto...escrever, por exemplo...mas eu prometo escrever e amanhã, antes do carnaval, postar um conto sobre isso, inclusive, carnaval... Alguém espera?
EY, EU VOLTEI... e queria dizer que estou CHEIO de idéias e feliz. e com vontade de agradecer e desejar um FELIZ 2006 A TODOS see you...
POSSO NÃO DESISTIR? eu escrevo esse blog há quase sete meses. E não é fácil escrever estórias, desenterrar memórias, abrir segredos...e sabe o que recebo no e-mail? "Hey, sua média de visitas é tão baixa...você acha que alguém se interessa? Que alguém quer ler o que escreve? "...e eu preciso responder e pensar que sim. Não importa se é uma, duas ou três pessoas...quem perde um minuto do seu precioso dia entrando aqui é uma pessoa muito importante para mim...uma pessoa muito especial...porque quer saber o que escrevo e não há felicidade maior do que essa... obrigado...espero não desistir tão fácil assim...
E QUEM DISSE QUE AS COISAS NÃO PODEM SER ASSIM? APENAS SIMPLES... - Pára! Ela ouviu a frase e virou a cabeça rapidamente. Queria saber de quem era aquela voz doce e suave, porém firme e ligeira, que havia dito a tal palavra para ela. - Pára! Assim – ele repetiu. Ela encarou o dono da voz com uma certa irritação. Apenas para disfarçar. Ele era lindo. Olhos escuros, cabelos pretos longos, um queixo quase barbado, regular e quadrado, e um sorriso sensacional. Estimulante. Aparentemente sincero e interessante. Ela apenas o encarou em silêncio, agora sem qualquer irritação disfarçada. Ele sorriu simpático, querendo quebrar o gelo – A posição do seu rosto daria uma foto. Um retrato lindo, sabe? Por isso pedi, quer dizer, quase mandei, né? Você ficar parada. Queria congelar o momento. Ela segurou um sorriso, apenas para querer parecer ser um pouco mais teimosa. Um pouco mais difícil. Ele ofereceu uma bebida. - Não sei o que está bebendo – ela disse – Como posso aceitar? Ele continuou com o co