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TOTALMENTE DESPIDO E CANSADO

Mais ou menos como um castelo de cartas. Frágil, extremamente frágil e sem
sentido. E, óbvio, para piorar, ele não estava construído sobre qualquer
lugar sólido. Estava construído sobre areia fofa, mole e quente como o sol.

Frágil e perigoso, Frágil e perigoso.

A qualquer momento, como num passe de mágica e destino, tudo viria abaixo
com uma violência assustadora e, claro, ainda mais uma vez ele iria se
machucar para valer.

E nenhum maldito podia evitar.

Ele detestava aquele cenário de devassidão e ignorância e dor e medo.

Detestava todo aquele cenário rasteiro, vizinho da devastação e solidão
total.

Mas, na verdade, ele simplesmente não podia fugir dele. Ao menos por
enquanto. Porque, por mais que o odiasse agressiva e violentamente, ele
estava preso a este maldito cenário de um modo inexplicável, odioso, raivoso
e cheio de amor.

E nenhum maldito podia ajudar.

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,