Pular para o conteúdo principal

LINDA


- Você é linda sabia? – ele disse de forma surpresa, inesperada. Nada sutil. Nada sutil – Absolutamente linda.
E era ele e ela.
Apenas os dois.
Sem gelo.
Sem ar condicionado.
Sem suor.
Sem nada.
Nada mais.
Nada mais.
Apenas palavras mal faladas.
Descontrolado.
Delicioso.
Eles.
Apenas eles.
Misturados ao barulho da chuva.
Misturados ao som do salto alto da vizinha de cima.
Delícia de saltos e unhas vermelhas pintadas.
Nada mais que isso.
E pode haver mais?
Pode?
E você me diz aonde ir.
Aonde ir...
Linda.
Apenas ela.
Apenas ela.
Ela...


IN YOUR EYES

Love
I get so lost sometimes
Days pass
And this emptiness fills my heart
When I want to run away
I drive off in my car
But whichever way I go
I come back to the place you are
All my instincts
They return
The grand façade
So soon will burn
Without a noise
Without my pride
I reach out from the inside
In your eyes
The light, the heat
I am complete
I see the doorway
To a thousand churches
The resolution
Of all the fruitless searches
Oh, I see the light and the heat
Oh, All I want to be that complete
All I want is touch the light
The heat I see in your eyes
Love
I don't like to see so much pain
So much wasted

And this moment keeps slipping away
I get so tired
Working so hard for our survival
I look to the time with you
To keep me awake and alive
And all my instincts
They return
And the grand façade
So soon will burn
Without a noise
Without my pride
I reach out from the inside
In your eyes, in your eyes
In your eyes, in your eyes
In your eyes
The light the heat
In your eyes
I am complete
In your eyes
I see the doorway
To a thousand churches
In your eyes
The resolution
In your eyes
Of all the fruitless searches
Oh, I see the light and the heat
In your eyes
Oh, I want to be that complete
I want to touch the light
The heat I see in your eyes
In your eyes, in your eyes
In your eyes, in your eyes
In your eyes, in your eyes


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

A SAÍDA É LOGO ALI

OUÇA: casino || ponte Ela pensou que seria possível esquecer os seus problemas. Todos os seus problemas. Todos. Ela realmente acreditou e pensou que seria fácil. Simples como tomar um destilado forte, bebericar um café sem açúcar ou descolar uma anfetamina qualquer. Acreditou que pudesse esquecer tudo e, para tanto, apenas alguns trocados no bolso e um carro bastaria. Um carro que a levasse para longe dali e pudesse fazê-la seguir em frente e rasgar todas as estradas possíveis, todos os caminhos reais ou mesmo imaginários. E assim ela fez. Em uma sexta-feira úmida e cinza - como os seus olhos aliás - ela acordou bem cedo. Era madrugada, quase manhã. Encheu a sua mochila gasta de tantas viagens com uma porção de maços de cigarro, alguns pendrives com as suas músicas prediletas, livros de poesia barata e, claro, fotos antigas. Fotos suas e de seus amigos. Fotos que ela adoraria ver, caso sentisse saudade. Ela detestava ver fotos digitais e aquele conjunto de fotos impressas era um tesour
LÁGRIMAS DE NEVE POR FAVOR, USE OS HEADPHONES (GENESIS – MORE FOOL ME) E lá estava ele naquele país estranho, com pessoas diferentes do seu mundo, que não falavam a sua língua e não entendiam o que ele sentia. E lá estava ele sozinho, como de hábito. Sozinho e em Varsóvia. Polônia. Em pleno começo de inverno e sentindo um frio quase igual ao da sua alma. Glacial. E ele mal lembrava como havia ido parar naquela gelada e distante cidade. O que começou como uma fuga, acabou virando a sua vida. Uma vida de estações de trem, cozinhas de restaurantes baratos, cigarros grosseiros, roupas sujas e desgastadas e pouco, bem pouco dinheiro. O destino final? A fria Varsóvia. Foda-se – ele pensou – Ao menos faço o que quero da vida. Só que sozinho. Sem ela. E em pleno inverno glacial. E naquela manhã, ao sair da cama, ele nem percebeu que a noite mal dormida foi apenas um prenúncio de que, após seis meses de fuga, o passado estava de volta para lhe encarar, lhe ferir, lhe machucar
QUANDO A CHANCE CAI DO CÉU (OU SEJA, NUNCA SE SABE) Ele entrou no quarto de forma rápida e desastrada, quase mortal, quase suicida, quase nada. Um trapalhão em um filme noir, um filme escuro, filme antigo, filme preto e branco, filme brutal, um filme odioso, o filme da sua vida. Mas, tanto faz, ele detestava cinema. De qualquer forma, ele entrou cambaleando no seu quarto, como se os pés fossem disformes e o precipício, logo ali. Estava completamente molhado pela tempestade que caía lá fora. Molhado da cabeça aos pés. E bêbado. Ele estava bêbado. Totalmente chapado. Bêbado como um idiota. Um imbecil que, como de hábito, havia feito tudo errado. Sempre e sempre e sempre tudo errado. Caiu assim que a porta abriu. Não conseguiu chegar até a cama desarrumada e desabou, sentindo o gosto do assoalho sujo de poeira e de bitucas de cigarros mal fumados. Não se moveu. Aquele gosto era bem melhor do que aquele que pairava em seus lábios desde o começo da madrugada. Comformou-se em estar no chão.