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BILLIARDS


OUÇA: flower crown || bender szn
E o amor não passava de um grande jogo para ela. Um grande, divertido e arriscado jogo.
Perigoso e excitante.
Nada mais do que isso.
Nada mais do que isso.
O amor.
Um jogo.
Um jogo, porém um jogo que não era para ser.
Um jogo, uma espécie de sinuca perigosa e arriscada que ela adorava experimentar e manipular vorazmente.
Dia após dia, de forma cada vez mais intensa.
Dado viciado.
Arma fatal.
O amor.
Um jogo.
Um jogo, porém um jogo que não era para ser.
A maldição da beleza.
Seduzir e destruir.
A maldição da beleza que exalava do seu olhar azul e penetrante, dos seus cabelos soltos e longos, do seu perfume inebriante, do seu doce veneno. Um falso brilhante. Um diabólico conjunto da obra.
A arma fatal.
Uma roleta russa desvairada.
Um jogo.
O amor não passava disto.
Um jogo.
Um jogo, porém um jogo que não era para ser.
E ela costumava ganhar.
Estava mais do que acostumada a ganhar.
Muito mais.
Rotina.
Sempre.
Sempre?
Sempre. Ao menos até ele chegar.
Até acontecer.
Até ele chegar e devastar o seu coração, os seus sentimentos, os seus desejos e as suas vontades.
E o jogo inverteu.
Ela não controlava mais.
Não podia ganhar.
Nem de forma desonesta ou manipulável.
Nem de forma qualquer.
Ele?
A alma gêmea que ela inoportunamente encontrou.
O amor.
Um jogo.
Um jogo, porém um jogo que não era para ser.
O sentimento que ela tanto debochou de tantos outros.
Pobres miseráveis vulneráveis. Idiotas e tolos – costumava pensar.
Miserável.
Vulnerável.
O que ela se tornou.
Estava mais do que acostumada a ganhar.
Mais do que acostumada a vencer.
Sempre.
Quase sempre.
Até ele surgir e o inédito acontecer.
Até a alma gêmea finalmente aparecer e colidir de frente com ela.
O inédito que não era para ser.
A alma gêmea que não era para ser.
E o jogo?
Bem, o jogo agora estava definitivamente perdido.
Definitivamente perdido.





Photo by Anatoly Lebedeff from FreeImages


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