GRAVANDO E APAGANDO MENSAGENS
Cansado, ele entrou em casa percebeu que havia mais de cinco mensagens telefônicas gravadas na sua velha secretária eletrônica. Ouviu parcialmente todas, na seqüência. Todas da mesma pessoa. Todas as malditas mensagens eram dela. Todas. Não chegou a ouvir nenhuma inteira. Apagava-as, tão logo ouvia aquela voz irritante no aparelho. Aquela voz irritante que tão bem ele conhecia. Desistiu do telefone, acendeu um cigarro e encheu um copo gigante de vodka. Sentado no escuro da sala descobriu, triste, que não sabia o que era perdão. Sorriu sozinho e respirou aliviado. Descobriu que melhor e mais cruel do que não saber perdoar, é não se importar com isso. Simplesmente não se importar.
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