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SANGUE COLORIDO

O gosto de sangue nos seus lábios era tão forte que parecia um vinho ruim. Detergente.

O cheiro de cigarros baratos e sujos no ar era tão denso que parecia sufocar. Azedo.

O medo era tão evidente que fazia mais do que assustar. Suor.

Talvez de todas as coisas surpreendentes que ele viveu, a que mais o assustou foi, sem dúvida, toda aquela cena ocorrida na madrugada de inverno.

Tapas na cara dados de forma verbal.

Rasgos na carne provocados por palavras certeiras.

Arranhões profundos causados por olhares raivosos.

Ferimentos, ferimentos, ferimentos.

O gosto de sangue nos seus lábios era tão forte que parecia real.

O amor estava desfeito.

Sem primaveras para poder ressurgir.

Fênix? Ora, quem disse que lendas são reais? Quem disse?

... com certeza um idiota ferido e apaixonado, ferido e enlouquecido, ferido...muito ferido.


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,