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SEXY CHUVA

Os vidros estavam embaçados demais, completamente turvos, formando uma redoma protetora, um campo de força, uma película invisível, enfim, um mundo à parte, descolado do nosso, para ele e para ela.

Os vidros estavam embaçados demais e era praticamente impossível, de dentro, enxergar as gordas gotas de chuva que desabavam sobre aquele carro parado.

E eles se importavam com isto?

Claro que não...

A chuva gelada e congelada sofria um nocaute técnico quando em contato com o calor que emanava do veículo.

O ar estava quente. Quente demais.

Quente por beijos, por toques, por carinhos, dedos molhados, por lábios mordidos, peitos suados, corpos aquecidos, línguas, cheiros, bocas, desejos, roupas, falta de roupas, por arrepios.

Eles se beijavam como se a chuva não fosse acabar. Como se o mundo fosse explodir, como se a lua fosse gritar, como se a noite pudesse sentir.

Ela, molhada. Ele, também.

A pele era uma só.

Um doce aroma de despudor e delícia impregnava seus corpos.

Ele sorria.

Ela também.

O amor estava no ar.

Os vidros estavam embaçados demais para que qualquer ser humano pudesse perceber isso. Perceber o quanto eles se amavam... o quanto eles se amavam...




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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,