Pular para o conteúdo principal
O QUE OS OLHOS DEMONSTRAM

Tudo está no olhar. Tudo.

Todos os sentimentos se traduzem e se refletem através do olhar. O amor, a dor, as lágrimas, o medo, o desespero, a angústia, a paixão, alegria, felicidade, o poder, a insegurança, e, principalmente o vazio. O vazio. O maldito vazio pós-paixão. O maldito vazio pós-traição. O maldito vazio da escuridão.

E ele havia fodido com tudo, novamente em sua vida. E os olhos dela eram, de forma inédita, apenas vazio.

Como eu disse, tudo está no olhar. Tudo.

O ódio, o desprezo, o nojo.

E ele sabia que não precisaria receber mais do que um simples olhar dela para perceber isso. Ele simplesmente sabia, depois de todo aquele tempo juntos.

Talvez por isso as palavras fugiram quando o mundo explodiu.

Talvez por isso ele sentiu a navalha do desespero na garganta quando a viu em pé na sala, segurando aquela maldita carta de amor não endereçada a ela e olhando a chuva através da janela.

As palavras fugiram.

O olhar verde e lindo dela era uma sombra do passado. Uma lembrança boa.

Apenas ódio e vazio e decepção.

E ele não disse porra nenhuma, não fez defesa alguma, não criou desculpa alguma. Preferiu o som do silêncio. O som do sim.

E ela também nada disse.

Expressou a decepção através do seu olhar verde.

O seu olhar era e sempre foi verde.

Exceto naquela noite em que ele a viu pela última vez.

Naquela noite o seu olhar era frio, distante, gelado, triste, cruel, puto, maldito, dolorido, machucado.

O olhar da noite em que ele a viu pela última vez...

Tudo está no olhar. Tudo.

Porém, a dor, cruel, acaba sempre preferindo morar em algum lugar mais quente para poder sobreviver por mais e mais tempo. A dor, meus caros, a dor sempre prefere morar no coração.

No maldito coração...

... sempre ele...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

Quando Você Ama…

  leia e ouça: surf curse || freaks “...Don't kill me just help me run away From everyone I need a place to stay Where I can cover up my face Don't cry, I am just a freak I am just a freak I am just a freak I am just a freak…” (Surf Curse || Freaks) Quando você vive, você erra. Todos nós. Todos. Todos nós erramos, de um jeito ou de outro. Faz parte. Quem nunca errou? Quem nunca? Só quem não viveu. Quando você vive, você se expõe e acaba errando, cedo ou tarde. Mente quem diz que nunca errou, uma vez que certamente também errou em algum momento da vida e tenta negar isso. Eu? Se eu errei, omiti e menti? Sim. Certamente. Muito. Mais do que seria razoável, muito mais do que seria razoável. E só os Deuses sabem como foi difícil e errado e como me arrependo. Arrependimento? Muito. Arrependimento real e verdadeiro. Mas, a verdade é o mais importante. Sempre. E demorei a entender isso. Demorei MUITO. Muita porrada para entender isso. Muita porrada para entender isso. A transparência.

Ela, A Mulher da Minha Vida

leia e ouça: champagne supernova || vitamin string quartet tribute to Oasis Ah, se eu não tivesse me omitido. Ah, se eu não tivesse traído (ainda que sem querer, mas é sempre sem querer, né? Sempre. Sempre um erro ou vários. Muitos). Ah, se eu tivesse me tratado. Ah, se eu tivesse perguntado. Ah, se eu não tivesse me auto sabotado. Sempre. Ah, caso eu tivesse apenas existido de forma tão transparente. Ah. Eu não a teria perdido. Tantos ahs. Tantos. E sobra a tristeza, o chão, a queda, o ralo, as mentiras, as dívidas, enfim, sobra nada. Nada. E tudo de dor. Em excesso. Compulsão. Ah, se eu tivesse vivido. Ah, se eu tivesse sido simples. Otário. Eu. Muito prazer. Eu. Ah, se eu tivesse pedido ajuda. Ah, caso eu tivesse vergonha na cara. Ah, caso eu tivesse espelho em casa. Ah. Tantos ahs. Tantos. Mas, agora, eles não resolvem. Os ahs vieram tarde demais. E dói. Muito. Mas sigo. Seguirei. Triste, em lágrimas, chorando, tentando e vivendo. Do jeito que der. Do jeito que dá. Aprendendo. Apre