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Primeira Pessoa



leia e ouça: heaven knows I'm miserable now || vitamin string quartet performs The Smiths


Eu.

Primeira pessoa do singular.

Eu.

Eu mesmo.

Muito prazer.

Vivo.

Eu.

Na primeira pessoa.

Vivendo.

Escrevendo.

Vivo (ainda).

Sempre.

Eu, na primeira pessoa.

Escrevendo.

Sempre (ainda bem).

E naquela noite eu a encarei com firmeza, vontade, desejo, decisão e amor, muito, mas muito amor.

E minha vida mudou.

Tudo mudou.

Tudo.

Nunca esqueci aquele dia.

Nunca.

Fevereiro.

Nunca me esqueci.

Olhos grandes, gordos, verdes e lindos, absolutamente lindos.

Lindos demais.

Eu morri e fui ao céu (o céu existe?) ao ver aquela lindeza.

Linda.

Linda.

Linda demais.

Eu a olhei e a pedi em tudo.

Em compromisso, em casamento, em namoro, em cumplicidade, em vida, enfim, em tudo, tudo, tudo, mas, ainda EU, eu… ainda precisava (e ainda preciso) me organizar.

E ela percebeu isso.

Ela percebeu o quanto EU, a primeira pessoa, apenas eu, precisava aprender.

Me organizar.

Viver.

Aprender a viver.

Dedicar menos, mas MUITO menos tempo a quem nunca me amou de verdade.

Nunca.

Nunca, mesmo.

Dedicar muito menos tempo da minha vida a quem apenas falou e falou e falou e nunca, nunca, verdadeiramente, se importou.

Nunca. 

Quem me enganou, traiu e subestimou.

Me fez perder tempo.

Muito, mas muito tempo.

Mas, aqui estou eu.

Vivo.

Em pé.

Tentando.

Tentando muito.

Até lendo filosofia e querendo saber falar alemão.

Aprendendo.

Vivendo.

Eu, nunca esqueço aquela noite, a encarei com firmeza, vontade, desejo, decisão e amor, muito, mas muito amor.

Muito amor.

Olhos grandes, gordos, verdes e lindos, absolutamente lindos.

Lindos demais.

Eu morri e fui ao céu (ele realmente existe?) ao ver aquela lindeza.

Linda.

Linda.

Inacreditável que ela me quisesse.

E quis (uma dádiva) (mas a fiz sofrer e apenas lamento).

A ansiedade fez confusão (muita confusão).

Muita.

E sobre o futuro?

Não sei.

Ainda não sei.

No fundo do meu coração, TENHO A CERTEZA que nada sairá do caminho.

Nada.

Talvez haja possibilidades.

Futuro.

Está tudo começando.

Tudo está apenas começando.

Recuperação.

Superação.

Retomada.

Vida.

Futuro.

Amor.

Nosso amor.

Quem sabe?

Eu?

Eu não sei muita coisa (não sei nada, na verdade, mal sei escrever).

Eu não sei o que o futuro me reserva, mas certamente farei o meu melhor por tudo a partir de agora.

Farei de tudo.

A partir de agora (e espero que ela me espere - só oro por isso para esses Deuses nórdicos ou ocidentais - pouco importa - que sequer acredito).

Espero.

Por mim.

Por nós.

Pela vida.

E escrevendo na primeira pessoa, coisa rara, percebo que a vida é minha e são minhas as escolhas a partir de agora.

Largado no mundo sem a mãozinha pequena dela andando à minha frente e me conduzindo em todos os lugares e me procurando onde fosse (como eu amava isso).

As escolhas são minhas.

Todas elas.

Tomar as rédeas.

Vida.

Viver.

E eu escolhi viver.

Do jeito que der.

Do jeito que for.

Do jeito que eu conseguir.

E CONSEGUIREI.

Ah, conseguirei.

De preferência, com sorrisos, flores e música, ou seja, com muito tudo que me agrada.

E tentarei de tudo para isso acontecer e retomar o que perdi: ela.

Apenas ela…

Do jeito que for.

Da maneira que for.

Do jeito que der.

No tempo que for (e espero que ela espere).

E estarei aqui, inteiro.

Inteiro.

Em pé e nunca mais de joelhos.

Nunca mais.

Com um pouco de sorte e amor, tudo é possível.

Sorte? não sei se tenho ou se tive ou seu terei.

Foda-se.

Não dependo de sorte.

Amor? Ah, o amor sempre estará aqui. 

Sempre….

Gigante.

Infinito.

Verde (como aqueles olhos inesquecíveis).

Amor gigante.

Do nosso tamanho.

Mesmo…

Do nosso tamanho.

Amor.

MUITO, amor.

Sempre..


Photo: n/d





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