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AFOGADO (...TEIMOU EM NÃO APRENDER A NADAR)

Chega de me açoitar com a sua frieza, com o seu olhar de falso anjo. Chega de me fazer sofrer, de me fazer chorar, de me fazer gritar. Chega de me causar tanta dor. Eu não quero isso. Eu não preciso disso. Por favor, pare. Pare de atormentar com os seus dramas, os seus fantasmas, as suas lamentações, os seus sonhos perdidos e frustrados e mal planejados. Pare com tudo isso. Eu sou apenas uma pessoa comum. Um idiota. Um idiota e um tremendo de um babaca. Idiota? Porque ainda acredito em amores perdidos e lenços sujos de batom e velhas poesias de amor e desespero. Babaca? Porque ainda acredito em lágrimas e boleros e tangos.

E tudo isso mesmo sendo um grande surdo, mesmo sendo um grande cego.

Mesmo sendo apaixonado, talvez a melhor definição de tudo isso.

Mas, como eu ia dizendo, chega de me açoitar com a sua indiferença. Chega de me fazer perder noites de sono e dias de paz. Chega de congestionar minhas veias com esse sangue envenenado. Chega de me fazer olhar para trás. Chega de me fazer ter medo de pontes e nuvens escuras.

Antes eu queria apenas ser feliz.

Hoje? Quero apenas continuar sendo o que sempre fui.

Do jeito que sou, do jeito que cheguei até aqui...


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,