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PELO RESTO DOS SEUS DIAS

"Pelo resto dos seus dias, você vai ter que conviver com a incerteza de não ter experimentado. Pelo resto dos seus dias, você vai ter que conviver com a lembrança de seus medos, desesperos, inseguranças. Pelo resto dos seus dias, você vai ter o azar de perceber, em algum momento, que eles foram longos, longos demais. Pelo resto dos seus dias, você vai temer a noite apenas por não querer sonhar. Pelo resto dos seus dias, você vai querer fugir. A cada dia, a cada minuto, a cada segundo. Enquanto houver sol e lua, você vai pensar no que não fez, no que deixou para trás por medo, por puro medo e pura besteira. Pelo resto dos seus dias, esse seu medo vai se tornar pavor e o pavor vai ser tornar fobia. Pelo resto dos seus dias, você vai perceber que a fobia da vida não tem cura. Pelo resto dos seus dias, você vai desejar ter começado tudo de novo. Pelo resto dos seus dias, você vai chorar em silêncio.

No último deles, você vai perceber tudo isso. Tenho certeza. Certeza absoluta. Só que aí, querida, já será tarde demais...tarde demais...

Beijos...até nunca
"

E, com os olhos vermelhos e insanos, ela jogou aquela maldita carta no chão, desabando no seu cativo rio de lágrimas e medos...

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,