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SUAVE É A NOITE

- Sabe o que eu mais queria, nesta noite? – ela perguntou, animada, enquanto observavam o céu cheio de estrelas brilhantes.
- O quê? – ele respondeu.
- O que eu mais queria era ser uma espécie de astronauta lunática, para poder brincar de esconde-esconde nas estrelas.
Ele sorriu e disse, carinhoso – Romântica, hein? Esconde-esconde nas estrelas... nunca pensei nisso.
- Mas seria ótimo não? – ela disse sorrindo.
- Sabe o que eu mais queria, nesta noite? – ele retrucou, com receio.
- Adoraria saber – ela completou.
Ele olhou fixamente para as estrelas e nada disse.
- Então – ela insistiu.
- Nada. Não queria nada além do que já tenho.
- E posso saber o que você tem de tão importante assim?
- Você fala demais, sabia? – ele brincou, para depois beijá-la carinhosa e devastadoramente, dispensando palavras. Apenas dispensando palavras.


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,