- Perita? – ele perguntou, surpreso.
Ela retrucou o olhar com desdém e descaso. Puro desprezo.
E respondeu seca e direta – Sim, Perita. Algum problema? – questionou.
Ele a olhou por breves instantes e disse na maior cara de pau – Perita em que? Seduzir e destruir? – e riu.
Ela não ficou puta, nem brava, nem nada. Apenas respondeu – Perita contábil imbecil. É isso o que faço. É isso o que quero fazer e faço muito bem.
O som do Clube Varsóvia estava alto.
Muito alto.
Alto e claro.
Lindo.
- O seus olhos são grandes e gordos e lindos – ele disse, tentando desviar a conversa. Levar para um terreno mais amistoso e confiável e seguro a ele.
Achava que podia dominar.
- Você é um babaca – ela retrucou.
- E você é Perita. Luma linda Perita, aliás – ele respondeu.
Ela sorriu e tomou uma dose da sua vodka.
- Quer saber? – ela disse
- O quê? – ele perguntou.
- Nada – ela emendou.
- Vamos dançar? – ele sugeriu
Ela sorriu.
Seu sorriso mais lindo.
- Qual a probabilidade de você aceitar, Sra. Perita? – ele provocou e insistiu.
Ela apenas sorriu.
Novamente.
Ela topou.
E eles dançaram.
Muito.
A noite toda?
O tempo suficiente para eles.
Ele e ela....
Apenas ele e ela...
Nada mais além disso, pois os números não querem saber...
Não querem saber...
O Amor nunca é matemático.
Definitivamente...
Ele apenas acontece.
Apenas acontece...
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