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AFOGANDO EM NÚMEROS.



- Perita? – ele perguntou, surpreso.

Ela retrucou o olhar com desdém e descaso. Puro desprezo.

E respondeu seca e direta – Sim, Perita. Algum problema? – questionou.

Ele a olhou por breves instantes e disse na maior cara de pau – Perita em que? Seduzir e destruir? – e riu.

Ela não ficou puta, nem brava, nem nada. Apenas respondeu – Perita contábil imbecil. É isso o que faço. É isso o que quero fazer e faço muito bem.

O som do Clube Varsóvia estava alto.

Muito alto.

Alto e claro.

Lindo.

- O seus olhos são grandes e gordos e lindos – ele disse, tentando desviar a conversa. Levar para um terreno mais amistoso e confiável e seguro a ele.

Achava que podia dominar.

- Você é um babaca – ela retrucou.

- E você é Perita. Luma linda Perita, aliás – ele respondeu.

Ela sorriu e tomou uma dose da sua vodka.

- Quer saber? – ela disse

- O quê? – ele perguntou.

- Nada – ela emendou.

- Vamos dançar? – ele sugeriu

Ela sorriu.

Seu sorriso mais lindo.

- Qual a probabilidade de você aceitar, Sra. Perita? – ele provocou e insistiu.

Ela apenas sorriu.

Novamente.

Ela topou.

E eles dançaram.

Muito.

A noite toda?

O tempo suficiente para eles.

Ele e ela....

Apenas ele e ela...

Nada mais além disso, pois os números não querem saber...

Não querem saber...

O Amor nunca é matemático.

Definitivamente...

Ele apenas acontece.

Apenas acontece...


 

Comentários

Anônimo disse…
���� - Smalltown girl

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,