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UM POUCO MAIS


Um pouco mais educado.
Um pouco menos suado.
Um pouco mais... ele.
Apenas ele.
Apenas isso.
Apenas isso.
Simples assim.
Simples assim.
Um perfeito idiota.
Um verdadeiro e perfeito idiota.
O retrato do fracasso.
O reflexo no espelho.
Apenas ele.
Mas ele já sabia disso.
Desde que nasceu e se descobriu.
E se viu no espelho e percebeu.
Assim como todos ao seu redor.
E todos sempre souberam.
E ele sempre soube.
Todos sempre souberam.
Improvável, impossível.
Insano.
Ele.
Tudo ele.
Apenas ele.
Idiota.
Pobre imbecil.
Absolutamente uma besta.
E ele errava os nomes.
E ele errava as falas.
E sempre errou as datas.
E as moças.
E tudo mais.
Ainda mais.
Errava tudo.
Um grande imbecil.
Um grande imbecil.
Mas..
Ele gostava dela.
E ela?
Dançava lindamente todas as sextas no Clube Varsóvia.
Uma princesa outdoor
Uma David Bowie linda e divina de saias.
Longas e deliciosas saias.
Linda e divina.
Todas as sextas.
Todas.
...
Conversaram?
Claro que não?
...
Beijaram???
Humpf.
...
Apenas se observaram e trocaram sorrisos e cumplicidades quaisquer.
E foram ser felizes dentro das suas grandiosas limitações.
Grandiosas limitações.....
Aonde a fronteira não se cruza.
Definitivamente não se cruza.
Sorte deles.
E das pílulas rosas...
e de todos
e, simplesmente, de todos....

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,