Ela pensava que podia, que queria, que mandava.
Tinha tudo ao seu redor a às suas mãos.
Ela pensava que era poderosa, fodona, esperta e talentosa.
Ela pensava em tudo.
Pensava em tudo o que fosse necessário para se dar bem.
Ridícula.
Não queria saber dos outros ou mesmo dar o braço a torcer quando estivesse visivelmente errada.
Ela pensava que podia tudo.
Ela pensava.
Apenas isso.
Mas "pensar" é diferente de ser.
E pessoas rasas morrem no raso da mesma forma.
Ela era fraca e de inteligência mediana.
Atacava para se defender.
Existem tantas pessoas assim.
Ela era apenas limitada na sua arrogância.
Apenas limitada, e muito, na sua arrogância.
Quem muito quer, tudo quer e em proporções monumentais.
Mas, na verdade, quem muito quer, com desprezo e sem medidas, nada tem.
Nada.
E lá estava ela, com os olhos vermelhos e o choro nada contido., sozinha na mesma porra da mesa do mesmo bar.
Fumando como qualquer um – não era especial - e sabendo que jamais, jamais, seria uma pessoa amada.
Jamais.
Nem por qualquer tolo menino.
Pobre idiota.
E as noites são tão vazias quando solitárias.
Tão vazias...
E o que lhe restava era pedir fósforos para seus malditos cigarros, pois sequer fósforos ela tinha.
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