- Você não gosta de Sinatra? – ele perguntou
surpreso.
Ela sorriu seu sorriso mais lindo, mais fofo, mais
terno e amplo e deu mais um gole da sua vodka.
Ele pareceu surpreso – Mas que tipo de pessoa não
gosta de Sinatra? Não entendo – Mafioso, bonito, cantor, cool, enfim, tudo de
bom. E usava uns ternos e chapéus lindos. Grafite. Fora as mulheres com quem
saiu.
- Bonitão você é cego ou não me conhece? – ela
respondeu – Está vendo a minha camiseta surrada aqui?
Ele sorriu.
- É, está bem surrada mesmo.
- Muito uso, otário.
Ele sorriu, sem graça.
- O que está escrito nela? – ela perguntou cínica.
Ele sorriu como um bobo e respondeu tímido – Dee
Dee Ramone. Sou um idiota mesmo.
Ela sorriu – Não é não. Apenas deixa as pessoas
levarem a sua vida e gosta de Frank Sinatra e dos Ramones também. Sujeito
difícil você. Muito difícil.
Ele assentiu com a cabeça e disse – Sou mesmo, mas
sabe de uma coisa?
Ela negou com a cabeça e esperou a resposta dele.
- Fly me to the Moon – ele disse – Esta canção é
linda. Adoraria dança-lá com você.
Ela sorriu desajeitada e disse - Eu não gosto.
- Mas gosta de dançar certo? – ele provocou – E
adoraria meu perfume no seu colo.
- Sim – ela respondeu sem graça.
- Depois dançamos um punk. Você vai ser minha punk
rocker.
E caíram nos risos.
Lindos e jovens.
Jovens?
Nem tanto, mas sempre aos sorrisos.
Sempre.
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