Pular para o conteúdo principal

SHOWS


E a cidade estava repleta de shows naquele fim de semana.
Repleta, repleta de shows.
Repleta.
Morrissey, New Order, Soul Asylum e o caralho a quatro.
Muitos shows.
Tudo o que você pode e poderia imaginar.
Tudo.
Mas não havia grana e nem ingressos.
Nem neve.
Muito menos neve.
Nada.
Aqui não é a Islandia.
Ainda...
Ainda não...
Mas havia calor.
Mormaço, desejo e tesão.
Suor, lágrimas e chama.
Chama.
Uma chama crescendo e um fogo.
Um fogo muito grande.
Aquecendo o que era para ser aquecido.
Ser muito aquecido.
Naquele apartamento vagabundo em que eles moravam havia dedos e desejos e lábios e delírios e copos americanos repletos de vodka barata.
A pior das vodkas.
A melhor das vontades.
Muitas vontades.
Muitas vontades.
Vontade de esquecer.
Tudo.
Apenas tudo.
E a cidade estava repleta de shows naquele fim de semana.
Repleta, repleta de shows.
Repleta de desejos.
Mas repleta de shows.
Mas o maior aconteceria naquela cama.
Dois corpos nus e aquecidos.
Cheiros.
Odores.
Suores.
Delírios.
Toques.
Dedos.
Saliva.
Goles.
Beijos.
Calcinhas e cuecas á parte.
Pelos e arrepios.
Cigarros e tudo o mais.
E a cidade estava repleta de shows naquele fim de semana.
Repleta, repleta de shows.
Repleta.
Mas o melhor acontecia entre eles.
Apenas entre eles..
Entre eles...
Saliva, lábios e beijos.
Muitos.
Deliciosos.
Apenas deles.
E disso não dependia grana nenhuma.
Grana nenhuma.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

BEING BORING

- Você me ama MESMO? Ama de verdade? – ela perguntou, com ênfase. Ele sorriu, abriu seu melhor sorriso, ajeitou sua barba rala e vagabunda e respondeu – Claro que sim. Claro que te amo. Ela sorriu em resposta. Nada mais. - Qual a razão da pergunta? – ele disse – Você me acha velho demais? – perguntou – Me acha mentiroso? – insistiu. Ela apenas sorriu. Nada respondeu. - Diz – ele insistiu – Você me acha velho ou gordo ou falso demais? Ela abriu o seu mais delicioso sorriso. Nada disse mais uma vez. Ele ficou irritado – Não vai dizer nada, porra? – berrou – Não percebe a minha barba de velho? Minhas manchas vermelhas no rosto? Você é cega ou o quê? Ela apenas consentiu com sua cabeça recheada de cabelos negros soltos e disse tranquila – Não vou dizer porra nenhuma. Preciso? Você não percebe no meu olhar os meus sentimentos? Coitado - Te amo, porra. Apenas isto – disse, com afeto, açúcar e amor. Muito amor. Ele sorriu constrangido. Ela disse – Trouxa. Ele concordou
por enquanto vai ficar sem comments mesmo, então, por favor, quem quiser sinta-se à vontade para mandar um e-mail...eu agradeço (e muito...)

A SAÍDA É LOGO ALI

OUÇA: casino || ponte Ela pensou que seria possível esquecer os seus problemas. Todos os seus problemas. Todos. Ela realmente acreditou e pensou que seria fácil. Simples como tomar um destilado forte, bebericar um café sem açúcar ou descolar uma anfetamina qualquer. Acreditou que pudesse esquecer tudo e, para tanto, apenas alguns trocados no bolso e um carro bastaria. Um carro que a levasse para longe dali e pudesse fazê-la seguir em frente e rasgar todas as estradas possíveis, todos os caminhos reais ou mesmo imaginários. E assim ela fez. Em uma sexta-feira úmida e cinza - como os seus olhos aliás - ela acordou bem cedo. Era madrugada, quase manhã. Encheu a sua mochila gasta de tantas viagens com uma porção de maços de cigarro, alguns pendrives com as suas músicas prediletas, livros de poesia barata e, claro, fotos antigas. Fotos suas e de seus amigos. Fotos que ela adoraria ver, caso sentisse saudade. Ela detestava ver fotos digitais e aquele conjunto de fotos impressas era um tesour