E ela queria bilhetes todos os
dias.
Todos os dias.
E ele escrevia.
Todos os dias.
E ela queria os seus dedos.
Todos os dias.
Nos melhores lugares.
Nos lugares mais impróprios.
Nos lugares mais úmidos.
E ainda assim, com frio e tudo,
ele escrevia.
E dedilhava.
Sem fôlego.
Sem fôlego.
Antes de sair.
Neve.
Muita neve.
Com frio.
Muito frio.
Mas com muito calor.
Muito calor.
E vontade.
E desejo.
Mas ele escrevia.
Idéias que surgiam.
Idéias.
Cheiros e vontades.
Cheiros dela.
Cheiros dele.
Bilhetes todos os dias.
Gozo todos os dias.
Todos os dias.
E ele pousava os bilhetes na
mesa da cozinha.
Diariamente.
Para quando ela acordar preparar
o café e ler.
E se tocar.
E gozar.
Todos os dias.
Todos os dias.
E ela queria bilhetes todos os
dias.
Todos os dias.
E ele escrevia.
Ele?
Apenas queria ela.
Nua e linda.
E seu perfume.
Todos os dias.
Sob um lençol qualquer e com a
neve lá fora.
Nua e linda.
Como apenas ela...
Apenas ela...
Sem neve e sem roupa.
Apenas seu perfume.
Apenas ela.
Apenas eles...
Nus e amantes.
Desejo.
Muito
desejo...
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