DEAD FLOWERS
- O que não te deixa envelhecer por completo é a música. Música. A única coisa que, talvez, você ame de verdade. A única coisa que, talvez, você respeite de modo sincero. A única coisa que, talvez, você queira por perto. De resto, porra, de resto, você é um idiota insensível. Uma flor morta. Entende? Sem brilho, sem cor, sem perfume, sem vida, sem nada, enfim, apenas uma flor morta.
Um playback insano e constante e repetitivo. Insuportável. Verdadeiramente insuportável. As palavras doíam em sua cabeça. Muito. Soavam como um martelo pesado e enferrujado. Tenso. Cada tônica parecia querer perfurar a sua tez até fazer o sangue jorrar e jorrar e jorrar.
E a noite já estava morrendo. O sol insistia em querer nascer. Em querer atormentar aqueles que se alimentam (se escondem?) da escuridão, do silêncio, do vazio, da deliciosa ausência de pessoas e convívios.
As palavras não deixavam a sua cabeça.
Ele apenas olhava através da janela a noite morrer.
Um bando de idiotas e azarados (azarados?) começava a zanzar como baratas ansiosas pelas veias entupidas das cidades: as ruas.
E ele apenas olhava através da janela a noite morrer. E percebia o seu reflexo na mesma janela, triste. Velho. Imbecil.
À sua frente, ao lado do copo de mate gelado e do cinzeiro imundo, descansavam dois bilhetes.
Um dela, mandando ele sumir.
Outro da outra, pedindo para ele ligar.
E ele sabia que não ia fazer nenhuma das duas coisas.
Ele apenas ia observar através do reflexo exibido pela janela, uma flor, vagabunda, morrer e morrer e morrer.
Repetidas vezes. Repetidas vezes...
- O que não te deixa envelhecer por completo é a música. Música. A única coisa que, talvez, você ame de verdade. A única coisa que, talvez, você respeite de modo sincero. A única coisa que, talvez, você queira por perto. De resto, porra, de resto, você é um idiota insensível. Uma flor morta. Entende? Sem brilho, sem cor, sem perfume, sem vida, sem nada, enfim, apenas uma flor morta.
Um playback insano e constante e repetitivo. Insuportável. Verdadeiramente insuportável. As palavras doíam em sua cabeça. Muito. Soavam como um martelo pesado e enferrujado. Tenso. Cada tônica parecia querer perfurar a sua tez até fazer o sangue jorrar e jorrar e jorrar.
E a noite já estava morrendo. O sol insistia em querer nascer. Em querer atormentar aqueles que se alimentam (se escondem?) da escuridão, do silêncio, do vazio, da deliciosa ausência de pessoas e convívios.
As palavras não deixavam a sua cabeça.
Ele apenas olhava através da janela a noite morrer.
Um bando de idiotas e azarados (azarados?) começava a zanzar como baratas ansiosas pelas veias entupidas das cidades: as ruas.
E ele apenas olhava através da janela a noite morrer. E percebia o seu reflexo na mesma janela, triste. Velho. Imbecil.
À sua frente, ao lado do copo de mate gelado e do cinzeiro imundo, descansavam dois bilhetes.
Um dela, mandando ele sumir.
Outro da outra, pedindo para ele ligar.
E ele sabia que não ia fazer nenhuma das duas coisas.
Ele apenas ia observar através do reflexo exibido pela janela, uma flor, vagabunda, morrer e morrer e morrer.
Repetidas vezes. Repetidas vezes...
Comentários