Pular para o conteúdo principal

TÃO SIMPLISTA FALAR EM “TODO MUNDO”. TÃO SIMPLISTA...


Todo mundo quer barulho, quando convém. Todo mundo quer silêncio, quando está cansado. Todo mundo quer balada, quando está feliz. Todo mundo quer amar, quando está carente. Todo mundo quer algo, alguma coisa, quando lhe falta outra. Todo mundo quer ser famoso. Será? Todo mundo quer pílulas cor de rosa, quando choram à toa. Todo mundo quer ir ao psicanalista mas não lhe fala a verdade. Todo mundo quer dormir quando não consegue de verdade dormir bem, nunca. Todo mundo quer Jesus quando não lhe restou mais nada. Todo mundo quer saúde quando está doente. Todo mundo nunca mais vai beber quando está de ressaca. Todo mundo lê, mas não entende. Todo mundo escuta, mas não ouve. Todo mundo pede ajuda, mas não ajuda quem precisa e quando este alguém realmente precisa. Todo mundo prefere Beatles porém este mesmo “todo mundo” elogia mais os Stones. Todo mundo elogia James Brown, mas nunca o ouviu ou nunca o colocou em definitivo, tatuado, na perna. Todo mundo adora camisetas dos Ramones, mas não suas canções. Todo mundo finge ser feliz. Todo mundo, todo mundo, todo mundo, mas na verdade não. Apenas os imbecis, os egoístas, os narcisistas, os prepotentes, os idiotas. E é realmente simplista falar em “todo mundo” e disparar contra tudo e contra todos. Acusar de fazer o que bem entenderem. Cada um tem seu jeito de viver. Sejam felizes. Eu pouco me importo com vocês...

Comentários

Anônimo disse…
Uooou...nossa...punhalada nas costas...sublime!

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.

Brindando Palavras Repetidas

  leia e ouça: richard hawley || coles corner - Você é repetitivo. Ele a olhou com uma surpresa muda,  - Você é muito repetitivo - ela disse, certeira, sabendo que o havia atingido em seu ponto mais fraco, mais vulnerável, mais dolorido. Não sorriu. Ele a olhou com certa surpresa sabendo que, no fundo, ela estava certa - Como assim? - perguntou, querendo ter certeza. - Repetitivo. Repetitivo. Você usa as palavras de forma inconsequente e repete sempre as mesmas coisas. Faz isso o tempo todo. - Faço? - ele disfarçou. Ela então sorriu levemente - Claro que faz. Mas o que me deixa ainda mais fascinada é esta sua cara de pau. Você sabe que é assim, desse modo, desse jeito e ainda assim continua nesta direção. Ele fingiu indignação, mas por puro orgulho. Ela estava absolutamente certa. Ele tomou um gole do que estava bebendo e ficou quieto, esperando a próxima porrada. - Não? Você não sabe disso? - ela insistiu. - Talvez - admitiu, sem admitir. - Então, por que você não tenta mudar? - Você

PASSE-ME O SAL PARA EU BOTAR NA SOBREMESA?

- Não há nada a desculpar – ele disse pouco tranquilo, muito mentiroso, entre os copos de vodka, as mesas e o barulho do Clube Varsóvia, tentando desviar do olhar adorável, inesquecível e maravilhoso daquela garota à sua frente. Ele a amava. Ela o olhou com ternura e amizade e fez um carinho breve e gentil no seu cabelo. Por instantes, breves instantes, ela lembrou de todo o afeto e paixão que sentiu por ele no passado. Todo o carinho, o afeto e o amor que sentiu por ele em um passado não tão distante. Como foram felizes. - Fica tranquila – ele disse e continuou - Nada a desculpar mesmo. Tudo em ordem do meu lado – ele prosseguiu – Você gosta de MPB mesmo. Eu detesto – completou, com um sorriso. - Você mente mal. Muito mal mesmo sabia? Quase um canastrão – ela brincou e continuou – Esqueceu que te conheço há um tempinho? - Muito tempo? – ele perguntou, tentando disfarçar, enquanto acendia um Marlboro – Dentre as mentiras da vida, duas nos revelam mais – recitou, citando a antiga c