- Como assim? – ele perguntou. Todo bobo, todo sonso, todo ele. Apenas ele.
O mesmo de sempre.
Mais do mesmo.
Mais dele mesmo.
Mais.
E menos...
Ela deu uma tragada forte em seu cigarro mentolado e, por pouco, por muito pouco, não o mandou ao inferno. Lugar em que ele deveria, definitivamente, estar.
Definitivamente.
Definitivamente estar.
- Como? – ele insistiu – Não entendi – disse.
- Você é idiota? – ela perguntou.
- Um idiota? – ela avançou - Uma espécie de imbecil ou canalha ou trouxa mesmo. Um otário – prosseguiu – Simples assim. Apenas um otário.
Ele ficou mudo.
- Está chovendo – ele disse.
Ela olhou para o céu escuro e apenas disse – Vá à merda. Foda-se a chuva. Imbecil.
Ele ficou quieto.
Ela também.
Ele?
Cometeu erros e erros e erros.
Ela?
Também.
Dois jovens.
Dois apaixonados.
Imaturos.
Tolos.
Erros e erros e erros.
O mesmo de sempre.
Mais do mesmo.
Mais dele mesmo.
Mais dela mesmo.
Mais.
E menos...
Ambos.
Entre lágrimas e nada.
Nada.
Nada.
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