Pular para o conteúdo principal

SEM ENTENDER NADA....



- Não entendi – ela disse sincera, serena, direta.
Toda sincera.

Toda ela.

Apenas ela.

Apenas toda ela.

E ele?
O mesmo de sempre.
O mesmo.

Ele a encarou com espanto.

Muito espanto.

Muita surpresa.
Muito medo.
Muito tudo.

Muito tudo.

- Não? – ele disse – Não entendeu? – finalizou em finalizar. O que ele sempre fazia muito e muito bem.

Ela sorriu sarcástica e deu de ombros e respondeu – Não. Não entendi. Simples assim.

- Espera. Deixa eu te explicar em poucas palavras – ele disse e prosseguiu – Você disse que me ama, mas não me quer, disse que me ama, mas me traiu, disse que me quer, mas não me quer, disse que sim, mas quer o não, disse que gosta de Smiths, mas odeia o Morrissey, enfim, o que você quer dizer? – ele perguntou verdadeiramente aflito, verdadeiramente surpreso, verdadeiramente confuso. Verdadeiramente ele.

- Eu quero você – ela respondeu seca e direta e continuou – Mas apenas você. Você mesmo, não o resto todo.

Ele levou as mãos à cabeças e suspirou.
- Deus - resmungou.

Ela sorriu e disse – Ainda bem que você não acredita em Deus. Ainda bem.

Ele apenas sorriu. Estava diante da mulher da sua vida.

Da sua vida...




 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
DETESTANDO SÁBADOS, DOMINGOS, SEGUNDAS, TERÇAS... POR FAVOR, USE OS HEADPHONES (TORI AMOS – I DON´T LIKE MONDAYS) Ele estava sem muito saco naquela noite de sábado, mas, ainda assim, graças à insistência deles, resolveu sair com os seus amigos para beber, dançar, conversar, fumar, enfim, viver uma típica noite de sábado como faz todo ser humano que está...vivo. E, ainda que não fosse esse exatamente o seu caso, lá foi ele, mais uma vez, ao Clube Varsóvia, para sentar e fumar um Marlboro atrás do outro, enquanto os seus amigos dançavam e se embriagavam. E enquanto a música preenchia o ambiente de modo devastador e o álcool começava a cumprir o seu papel de desinibidor supremo, ele fez exatamente como a sua mente solitária havia, cruel e repetidamente, planejado antes da chegada dos seus amigos. Ficou prostrado em uma cadeira nada confortável do Varsóvia, ouvindo o som e apenas olhando a diversão, como se ela não lhe fosse jamais permitida. Mas o acaso conspira. Entre

TO THE END

- O que vc quer de mim? – ela perguntou, aos gritos – Que porra você quer de mim?. Ele olhou para o chão, triste. Não queria responder, não sabia responder. Preferiu o silêncio. - Vai responder, seu filho da puta? Vai? – ela gritou, enquanto dava socos no peito dele. Socos não fortes, porém socos repletos de raiva, desespero e dor. Ele ficou em silêncio. Ficou em total e absoluto silêncio, sem ter nada a dizer. Ela ter visto aquele beijo já era o suficiente. - Seu idiota. Seu completo e estúpido idiota. Sai daqui. Agora! – ela gritou. E ele saiu do pequeno apartamento e foi embora, descendo as curtas escadas daquele prédio tão antigo. E enquanto descia, podia ouvir, com desespero, o choro e a dor daquela garota tão especial, outrora o grande amor da sua vida. E caiu em choro e lamento. Pobre diabo...