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ACORDES, PALAVRAS TOLAS E NADA MAIS...


- Mas como? Como assim? Não entendi. Nada. Não entendi nada. Nada. Eu, definitivamente, não entendi porra nenhuma. Nada. Não entendi uma palavra do que você falou. Nada. Porra nenhuma – ele repetiu inquieto, insatisfeito, inseguro, com medo.

Muito medo.

- Nada.

- Isto te agrada? – ele perguntou suave e rude.

Tudo ao mesmo tempo.

Ela sorriu e respondeu com a calma dela só. Com a calma e doçura toda dela. Apenas dela e disse – Entenda o que tiver que entender, o que tiver que arrumar, o que lhe fizer efeito. Apenas isso – ela disse, não sem antes emendar – Apenas isso. Nada mais que isso.

Ele tentou fingir entender.

Ela sorriu ao perceber.

Um não e um sim.

Amigos para sempre.

Sempre.

Um finge que é e o outro acredita que há.

Noite?

Repleta de estrelas e desejos e muito mais.

Muito mais.

Bandas de rock com acordes distorcidos?

Claro que não...

Claro que não...

- Mas como? Como assim? Não entendi. Nada. Não entendi nada. Nada. Eu, definitivamente, não entendi porra nenhuma. Nada. Não entendi um acorde do que você tocou. Nada. Porra nenhuma – ele repetiu inquieto, insatisfeito, inseguro, com medo.

Muito medo.

Medo de acordes e de mulheres lindas.

Muito lindas.

- Nada – Não entendi nada – finalizou.

Ela apenas sorriu.

E a noite podia acabar.

Entre goles de cerveja barata e acordes mal tocado e letras mal escritas.

Noite inesquecível.

Inesquecível...



 

 

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,