- Mas como? Como assim? Não entendi. Nada. Não entendi nada. Nada. Eu, definitivamente, não entendi porra nenhuma. Nada. Não entendi uma palavra do que você falou. Nada. Porra nenhuma – ele repetiu inquieto, insatisfeito, inseguro, com medo.
Muito medo.
- Nada.
- Isto te agrada? – ele perguntou suave e rude.
Tudo ao mesmo tempo.
Ela sorriu e respondeu com a calma dela só. Com a calma e doçura toda dela. Apenas dela e disse – Entenda o que tiver que entender, o que tiver que arrumar, o que lhe fizer efeito. Apenas isso – ela disse, não sem antes emendar – Apenas isso. Nada mais que isso.
Ele tentou fingir entender.
Ela sorriu ao perceber.
Um não e um sim.
Amigos para sempre.
Sempre.
Um finge que é e o outro acredita que há.
Noite?
Repleta de estrelas e desejos e muito mais.
Muito mais.
Bandas de rock com acordes distorcidos?
Claro que não...
Claro que não...
- Mas como? Como assim? Não entendi. Nada. Não entendi nada. Nada. Eu, definitivamente, não entendi porra nenhuma. Nada. Não entendi um acorde do que você tocou. Nada. Porra nenhuma – ele repetiu inquieto, insatisfeito, inseguro, com medo.
Muito medo.
Medo de acordes e de mulheres lindas.
Muito lindas.
- Nada – Não entendi nada – finalizou.
Ela apenas sorriu.
E a noite podia acabar.
Entre goles de cerveja barata e acordes mal tocado e letras mal escritas.
Noite inesquecível.
Inesquecível...
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