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APENAS MAIS UMA TARDE... APENAS MAIS UMA TARDE...


Ela gostava de provocar e seduzir.
Ele não.
Não mesmo.
Odiava sentir-se provocado e seduzido.
Tédio e raiva.
Ainda mais aos sábados a tarde.
Ainda mais...
Mas a amava ainda assim.
Sabendo da maldade dela.
Mesmo sabendo da maldade dela.
Ela gostava de provocar e seduzir.
Ele não.
Não mesmo.
Ela se gabava de ler todos os seus textos e apontar erros, mas nunca o fazia.
Nunca.
E ele sabia disso.
Sabia.
Definitivamente.
Não havia leitura.
Nenhuma.
Nenhuma.
E ele não se incomodava.
Não mesmo.
Não importava mais.
Ela gostava de provocar e seduzir.
Ele não.
Não mesmo.
E sozinho naquele bar, tragando seu milésimo Marlboro ele percebeu que era apenas mais uma tarde.
Mais uma tarde.
Como todas as outras.
Como todas as outras tardes inúteis que ele sempre teve.
Todas as tardes de sábado.
E tocava Cólera no alto falante daquele boteco.
Ironia.
Pura ironia.
Mas ela não viria.
Definitivamente não.
Definitivamente não.
Nada demais.
Nada demais.
Apenas uma tarde comum.
Como ele conhecia muito bem.
Muito bem.



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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,