- Você é um otário. Um verdadeiro imbecil – ela gritou.
Ele não se mexeu. Ficou quieto,
calado, acuado.
- Tem noção do que você fez sua
anta? – ela prosseguiu – Ela “era” minha melhor amiga. Você é um idiota. Um
tremendo idiota. Animal.
- Posso explicar – ele tentou
falar antes de ser fulminado pelo olhar cáustico e odioso dela.
- Não, seu filho da puta. Não
pode. Não tem o que explicar. Não tem. Simples assim.
- Mas...
- Mas é o caralho. Não é por
estarmos na porra deste Clube Varsóvia que não posso te dizer o que você merece
ouvir.
- Achei que fosse você – ele emendou.
- O quê? – ela respondeu.
- Achei que você fosse. As duas
são ruivas e estão de preto. Lindas. Bebi muito e fiquei confuso. Quis fazer
uma surpresa. Só isso. Surpresa de amor.
Ela o encarou com raiva e
descontrole – Não acredito nesta porra de desculpa. Você é louco? Imbecil?
Ele não se mexeu. Ficou quieto,
calado, acuado.
- Tem noção do que você fez?
- Tenho ele respondeu. Erros
acontecem. Desculpa.
- Você é um otário – ela concluiu.
Mas era verdade.
E a tensão diminuiu.
E era verdade.
Ele era um otário, mas do bem.
Ela sabia disso.
E houve o equilíbrio entre a
raiva e o beijo.
Apenas o equilíbrio.
Entre a raiva e um novo beijo.
Muitos novos beijos...
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