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E SE EU NÃO SENTIR SAUDADES FAÇO O QUE?


Ela não sentia mais saudades.
Nenhuma.
Nenhuma saudade.
Do que viu, do que ouviu, do que viveu, enfim, dele.
Apenas sem mais saudade.
Principalmente dele.
Do que ele foi.
Do que ela foi.
Do que eles foram.
Beijos bem grudados.
Roupas bem arrancadas.
Palavras mal sussurradas.
Sem saudades.
Sem saudades do que eles foram.
E ainda eram.
Mas, na verdade, ela ainda tinha uma saudade escondida.
Saudades dela mesma.
A menina charmosa de cabelo colorido e repleta de esperança que ela sempre foi.
Que ela sempre foi.
Antes de o coração se destroçar.
Sem saudades?
Fazer o quê?
Tomar uma bebida e fumar um bom cigarro.
Ainda mais numa noite de chuva no Clube Varsóvia.
Ainda mais assim.
Numa cinzenta noite de chuva no Clube Varsóvia.
Apenas sem saudades...
Sem saudades...
E enquanto isso as meias coloridas voam janela abaixo.
...
Janela abaixo.


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
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