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UM DESEJO, APENAS UM...

- Te dou três chances – ela disse, sorrindo muito, um dos seus mais belos sorrisos.
- Deixe-me adivinhar o que pode ser – ele disse. – Um disco, cheio de rock and roll e diversão?
- Não, você sabe que eu detesto música. Segunda chance.
- Um livro. Um belo livro que me prenda como você costuma fazer com o seu olhar.
Ela sorriu, tímida, e respondeu, com os olhos já um tanto tristes – Terceira chance.
- Um cartão postal de Berlin, a cidade que me espera pelos próximos dois anos.
Ela disfarçou o choro com as suas mãos pequenas e emendou – Não. Perdeu a terceira chance.
Ele a observou sério e perguntou – Não vai me dizer o que era?
Ela olhou para as pessoas que dançavam animadas no Clube Varsóvia e disse, seca – Apenas um beijo e esse bilhete pedindo para você ficar – completou, rasgando o papel – Me pede uma cerveja, por favor?
- Claro – ele respondeu. E ficaram lá, apenas sentados, conversando sobre o passado, sem presente ou qualquer chance de futuro...sem qualquer chance...



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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
E QUEM DISSE QUE AS COISAS NÃO PODEM SER ASSIM? APENAS SIMPLES... - Pára! Ela ouviu a frase e virou a cabeça rapidamente. Queria saber de quem era aquela voz doce e suave, porém firme e ligeira, que havia dito a tal palavra para ela. - Pára! Assim – ele repetiu. Ela encarou o dono da voz com uma certa irritação. Apenas para disfarçar. Ele era lindo. Olhos escuros, cabelos pretos longos, um queixo quase barbado, regular e quadrado, e um sorriso sensacional. Estimulante. Aparentemente sincero e interessante. Ela apenas o encarou em silêncio, agora sem qualquer irritação disfarçada. Ele sorriu simpático, querendo quebrar o gelo – A posição do seu rosto daria uma foto. Um retrato lindo, sabe? Por isso pedi, quer dizer, quase mandei, né? Você ficar parada. Queria congelar o momento. Ela segurou um sorriso, apenas para querer parecer ser um pouco mais teimosa. Um pouco mais difícil. Ele ofereceu uma bebida. - Não sei o que está bebendo – ela disse – Como posso aceitar? Ele continuou com o co

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