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O TELEFONE MUDO EM CIMA DA CÔMODA BORDÔ

Ela sentou em frente ao telefone e esperou, esperou e esperou...nenhuma idéia surgiu. Nenhuma. Ela levantou e foi para o aparelho de som. Ligou uma música, mas logo mudou de idéia, uma vez que estava sem a menor paciência para ouvir qualquer coisa. Voltou para o telefone. Esperou que a idéia surgisse. Começou a roer as unhas. Desistiu quando percebeu que havia se ferido e cortado a pele de uma delas até o sangue aparecer. Acendeu um cigarro. Apagou na sequência. Esqueceu que havia parado de fumar. Deu um "foda-se" e acendeu outro. Meu pulmão é o meu menor problema - pensou. Estava cansada de tudo aquilo. De toda aquela angústia. Quis gritar, correr, chorar, mas não conseguiu. Pegou o telefone novamente. Discou os números. Uma voz masculina atendeu. A velha voz masculina que tanto ela conhecia. Desligou sem falar nada. Desligou sem falar que aceitava as suas desculpas. Desistiu dele. Desistiu do amor. E começou a chorar... Porque isso precisa doer tanto? E porque eu preciso ser tão idiota? sempre... - pensou, já sabendo a maldita resposta...

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,