ALGUÉM NOVO PARA SER VOCÊ
É bom inventar alguém novo para ser você
E ela disse isso, assim, na sua face. Sem o menor pudor, sem o menor constrangimento, sem a menor piedade. Não se importou se ele ia chorar, beber, se drogar, se matar, enfim, se desesperar por não mais tê-la. Por ter, finalmente, percebido que jamais voltaria a tê-la. E ele ouviu aquelas palavras duras soar como trovões dentro dos seus ouvidos. Como uma explosão de uma bomba muito barulhenta. Uma bomba cruel. Uma bomba mortal. O efeito conseguiu ser ainda pior do que aquele ruído infernal. O efeito foi devastador. Foi devastador. Ele se sentiu derrotado. Como há tempos não se sentia. Ele se sentiu acabado, aniquilado, destroçado. Não encontrava palavras em seu escasso vocabulário para fazer frente ao que ouviu. Não conseguiu dar o troco. Dar o tapa na cara que gostaria. Engoliu seco e sentiu seu coração batendo desesperadamente acelerado. Desesperadamente descompassado. Desesperadamente triste. Não chorou. Não, ela não o veria chorar. Lágrima alguma. Lágrima alguma. Ela não merecia isso. Mas, quando a porta do carro se fechou e ele ficou lá, sozinho, enquanto ela entrava na sua casa, ele percebeu que nem isso ela queria. Nem mesmo vê-lo chorar. Talvez fosse bom inventar alguém novo para ser ele próprio. Para ser ele próprio...
É bom inventar alguém novo para ser você
E ela disse isso, assim, na sua face. Sem o menor pudor, sem o menor constrangimento, sem a menor piedade. Não se importou se ele ia chorar, beber, se drogar, se matar, enfim, se desesperar por não mais tê-la. Por ter, finalmente, percebido que jamais voltaria a tê-la. E ele ouviu aquelas palavras duras soar como trovões dentro dos seus ouvidos. Como uma explosão de uma bomba muito barulhenta. Uma bomba cruel. Uma bomba mortal. O efeito conseguiu ser ainda pior do que aquele ruído infernal. O efeito foi devastador. Foi devastador. Ele se sentiu derrotado. Como há tempos não se sentia. Ele se sentiu acabado, aniquilado, destroçado. Não encontrava palavras em seu escasso vocabulário para fazer frente ao que ouviu. Não conseguiu dar o troco. Dar o tapa na cara que gostaria. Engoliu seco e sentiu seu coração batendo desesperadamente acelerado. Desesperadamente descompassado. Desesperadamente triste. Não chorou. Não, ela não o veria chorar. Lágrima alguma. Lágrima alguma. Ela não merecia isso. Mas, quando a porta do carro se fechou e ele ficou lá, sozinho, enquanto ela entrava na sua casa, ele percebeu que nem isso ela queria. Nem mesmo vê-lo chorar. Talvez fosse bom inventar alguém novo para ser ele próprio. Para ser ele próprio...
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