Ele desceu do táxi todo afoito, meio sem ar, muito sem graça. Respirou fundo, ajeitou seu cabelo curto e suspirou. Nunca a tinha visto pessoalmente. Nunca. A conhecia apenas por fotos e coisa que tais. Adentrou ao saguão do aeroporto e olhou ao redor. Como um estranho, como um perdido, como um curioso. Mirou ao redor por vários instantes e no meio daquele caleidoscópio confuso de pisos quadriculados percebeu uma garota nervosa, toda irritada, toda confusa, com o saco cheio, brigando com uma máquina automática de check-in. Visivelmente puta. Visivelmente irritada. Irritada como um cão. Ele a olhou, uma, duas, três vezes e enfim se deu conta e percebeu saber de quem se tratava. Era ela. Definitivamente. Camisa larga, bermuda curta, pernas e braços tatuados, cabelos soltos e curtos. Ele sorriu. Então ele a estava vendo pela primeira vez. Linda. Linda demais, mesmo toda atrapalhada com a máquina automática de check-in de um aeroporto fuleiro. Não sabia aonde olhar, o que fazer, o que di...