Um violão vagabundo. Uma garrafa de vodka. Cheia? Claro que não. Claro que não. Uma camiseta amassada e velha do The Clash. Surrada e amarelada. Usada. E muito. Muitos verões. Beijos e paixões. Beijos e muitas paixões. Muito tudo. Erros e acertos e foda-se. Uma foto recortada. Rasgada. Desgastada. Lembrança de um tempo bom. Nada demais. Nada demais. Nada demais. Uma demissão. Uma porrada na cara. E ninguém merece. Ninguém. Nunca. Um nada, um nunca, mas, tudo. Sempre. Apenas tudo. E ela? Ela simplesmente detestava gente burra. Detestava. Mas amava todo o resto que lhe importava. Realmente importava. E sorria com isso. Um violão vagabundo. Desafinado. Errado. Uma garrafa de vodka quase vazia. Um maço de cigarros fumados. Um isqueiro sem gás. Nenhum gás. Assim como ela. Flat. Um mar repleto de ondas não surfadas. Deliciosas. ...