Ele estava sentado com as pernas bem dobradas, encostado junto à parede. Debaixo da esquadria da janela da sala daquele apartamento vagabundo em que ele morava. Uma droga. Uma porra de apartamento. No escuro, sentado com as pernas bem dobradas, quase com câimbras que sequer sentia, ele apenas via a sombra noir dos relâmpagos que davam as caras lá fora, intermitentemente. Acuado e assustado. Acuado e assustado. Bem, nada estranho. Nada estranho vindo dele. Acuado e assustado era apenas ele na sua melhor forma. Na sua pior forma. Na forma de sempre. Tolo as usual . E a chuva parecia ser despejada do céu pelos anjos – anjos? Que porra é essa? - através de enormes baldes. Enormes baldes, repletos de água doce e ao mesmo tempo amarga. Água das nuvens, dos rios, dos Alpes, de lágrimas e de tudo o mais o que parecesse líquido. Mas, ainda assim, o seu baseado insistia em permanecer aceso preso entre seus lábios. Insistia amigavelmente. Bom amigo. Seu único