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Mostrando postagens de fevereiro, 2006
TANGERINA? NÃO MAIS... - Você é idiota? - ele perguntou, bravo. Realmente bravo. Ela apenas o encarou, com os olhos vermelhos, tão cheios de lágrimas, tão cheios de dor, tão cheios de mágoas, tão cheios de adolescência. - Porra, dá prá deixar o passado em paz? Dá prá deixar o passado não consumado em paz? Ela novamente o encarou, agora com os olhos ainda mais vermelhos, ainda mais cheios de lágrimas, repletos de dor, de arrependimentos, de mágoas, tão cheios de tudo. Ele acendeu mais um cigarro e disparou - E foda-se quem você não conseguiu e foda-se quem você não viveu e foda-se carinhas babacas com camisetas de artistas plásticos. Imbecis que não te perceberam. Será que você só quer ser infeliz nesta merda de vida? Ela "roubou" o cigarro dos seus dedos e virou o copo dele, ainda cheio de vodka, garganta abaixo. - Ei - ele reclamou - E desconta esta porra toda na minha vodka? - Eu sou egoísta! - ela disse. - É lógico que é. E prepotente e arrogante. Acha que o mundo vai para...
INSÔNIA (SONHOS: CANÇÕES DE NINAR DO INFERNO) - Anne? Anne... A voz explodiu como uma bomba israelense. A voz explodiu como uma bomba e invadiu o seu sonho. Rasgante. Afiada como uma faca. E ela nem percebeu da onde veio. Acordou assustada. Acordou perturbada. Desesperada. Gotas gordas de suor escorriam pelo seu rosto. Tez linda. Pálida. Branca como a neve que ela jamais viu. Olhou para o relógio e não acreditou. Duas e meia. - Porra. Duas e meia - pensou, querendo morrer. Havia acabado de deitar. Nem vinte malditos minutos. Nem meia maldita hora. Nada. Apenas uma voz bastou. Uma maldita lembrança. Mais uma noite em branco. Em claro. Acordada. Sono? Que sono? - Anne? Anne... Ela olhou ao redor, como querendo entender. Ela olhou ao redor como querendo esquecer. Esgotada, foi até cozinha. Copo de água gelada não mata a dor. Decidiu ir para a sala e ligar o rádio. Péssima idéia. Lovesongs da madrugada são arsênico para corações fodidos. Lullabies malditas. O silêncio da noite, sem dúvida...