E lá estava ele em frente ao espelho. Um rosto pálido em frente ao espelho. Muito pálido e muito inchado. Excesso de bebida. Excesso de excessos. Uma festa a fantasia. Mais uma festa a fantasia. E ele odiava. Mesmo. Odiava de verdade. Mas iria mesmo assim. Mesmo assim. Vampiro? Fantasma? Monstro? Duende? Não. Ele decidiu ir de si mesmo. Apenas um terno e uma gravata e um chapéu. Apenas isso. E no salão de repente ele a viu. Uma bailarina linda. Toda de rosa e com uma máscara suave cobrindo parte do seu rosto. Seu coração disparou e ele tomou um gole forte do conhaque para ter a certeza de que não desviaria antes de chegar próximo dela. - Oi Débora, tudo bem? - ele perguntou, tímido. - Débora? Não, meu nome é Letícia . Muito prazer - a "sua" bailarina respondeu, sorrindo - Me desculpe - ele disse - Confusão, sabe? A luz, a música, a bebida. Mil desculpas – acrescentou – eu estava a procura de alguém. - Deixa para lá. Não tem import...