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VENUS AS A BOY (HARDCORE)


E ela queria bilhetes todos os dias.
Todos os dias.
E ele escrevia.
Todos os dias.
E ela queria os seus dedos.
Todos os dias.
Nos melhores lugares.
Nos lugares mais impróprios.
Nos lugares mais úmidos.
E ainda assim, com frio e tudo, ele escrevia.
E dedilhava.
Sem fôlego.
Sem fôlego.
Antes de sair.
Neve.
Muita neve.
Com frio.
Muito frio.
Mas com muito calor.
Muito calor.
E vontade.
E desejo.
Mas ele escrevia.
Idéias que surgiam.
Idéias.
Cheiros e vontades.
Cheiros dela.
Cheiros dele.
Bilhetes todos os dias.
Gozo todos os dias.
Todos os dias.
E ele pousava os bilhetes na mesa da cozinha.
Diariamente.
Para quando ela acordar preparar o café e ler.
E se tocar.
E gozar.
Todos os dias.
Todos os dias.
E ela queria bilhetes todos os dias.
Todos os dias.
E ele escrevia.
Ele?
Apenas queria ela.
Nua e linda.
E seu perfume.
Todos os dias.
Sob um lençol qualquer e com a neve lá fora.
Nua e linda.
Como apenas ela...
Apenas ela...
Sem neve e sem roupa.
Apenas seu perfume.
Apenas ela.
Apenas eles...
Nus e amantes.
Desejo.
Muito desejo...


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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,