Pular para o conteúdo principal

Luar || Penumbra || Sonho || Amor


leia e ouça: Sunset Rollercoaster - I Know You Know I Love You

Watch the sky, you know I

Like a star shining in your eyes

Sometimes I wonder why

Just wanna hold your hands

And walk with you side by side

I know you know

I love you, baby

I know you know

I love you, baby

(Sunset Rollercoaster - I Know You Know I Love You)


Penumbra.

Madrugada.

4:10 da manhã.

Luz?

Apenas a luz do luar combatendo as frestas da persiana mal fechada e que estava sofrendo bastante com as rajadas do vento cortante vindo ao seu encontro de forma incessante e dura.

Sábado.

Frente fria.

Penumbra.

Madrugada

Amor.

4:13 da manhã.

Luz?

Apenas a dela.

Do delicioso e escultural corpo. Dela.

Aquele corpo nu ao seu lado, descoberto delicadamente e de forma não intencional pelos movimentos da noite.

Linda.

Sensual.

Impecável.

Escultura para os apaixonados.

Como ele.

E ele apenas a observava sob a luz do luar forte.

Lua cheia.

Lua cheia de amor, paixão, ímpeto, vontades, desejos, lua cheia. Lua cheia de vida.

Lua cheia de amor.

Ele já não lembrava mais do sonho.

Envolvia o amor da sua vida que estava ao seu lado.

Ele já não lembrava mais do sonho que teve.

Mas acordou com um sorriso no rosto.

Lembrava apenas do desejo repentino de querer acordar para admirá-la.

Apenas admirá-la.

Sob a luz do luar.

4:30.

Ele ainda a observava.

Nua.

Ao seu lado na cama.

Uma diva, musa inspiradora.

Tudo.

Tudo para ele.

A penumbra tornava tudo mais especial.

As sombras desenhavam desejos incríveis.

Os contornos do corpo dela o enlouqueciam de amor.

Mas, ele, sempre cortês. NÃO ousou tocá-la.

Não.

Jamais.

De forma alguma.

Ele apenas a admirava.

Como apenas os apaixonados podem fazer.

Olhar.

Sentir.

Apreciar.

Respirar.

Querer.

Ser feliz por apenas estar lá.

Ao lado dela.

Ao lado dela.

Naquela noite repleta de luar, uma luz mágica difusa na penumbra, repleta de sonhos  e cheia de amor.

Muito amor.

Dele por ela.

E ele decidiu, às 5:10 que ficaria lá, apenas a admirando e esperando as luzes da manhã que estava chegando para contemplar o efeito da magia dos reflexos solares laranjas deitando sob o corpo dela, através dos rasgos adoráveis das persianas, que permitiam a concretização de desenhos e tudo mais o que uma pessoa apaixonada pode querer.

Ela.

Apenas ela.

Linda.

Toda ela.

Sob a luz do luar, sob as sombras da penumbra, sob os desejos e os sonhos, sob a proteção do amor.

Amor.

Muito amor.

E ele apenas suspirou e sorriu.

Esperaria o tempo que fosse ao lado dela até a luz entrar.

Até ela, enfim, acordar.

Amor.

Muito amor.

Nada mais que isso.


Just want you to know

I love you, I love you, I love you, I love you, I love you

I love you, I love you, I love you, I love you, I love you

Just wanna love you, baby

I know you know

I love you, baby

I know you know

I love you, baby

Just want you to know

You're my sunshine in the sky

I will be waiting for you, babe

(Sunset Rollercoaster - I Know You Know I Love You)





Photo by: Ralph Gibson, Syntax, 1974





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ela Gritou

leia e ouça || Echo And The Bunnymen || Back of Love “ I'm on the chopping block chopping off my stopping thought self doubt and selfism were the cheapest things i ever bought when you say it's love d'you mean the back of love when you say it's love d'you mean the back of love? ” Madrugada. Silêncio. Vida. Noite. Um cigarro aceso. Vários cigarros acesos. Um copo americano cheio de álcool. Vários copos. Lágrimas. Choro. Vida. Madrugada. Silêncio. Horas. Noite. Tudo. Tudo. Madrugada. Vida. Ela. E ela? Ela apenas gritou. E de forma tão alta e tão forte e em um tom nada brando, em ato de coragem, em gesto de desespero. Ela gritou. Ela apenas gritou. Imaginava ele no aeroporto indo embora. Naquela noite. Naquela maldita noite. Indo para uma viagem insana em países nórdicos desconhecidos. Ela chorou. Ela gritou. Tentou de tudo para ficar com ele. Tentou de tudo para ser feliz. Tudo. E foi. Foi MUITO feliz ao lado dele. Mas, agora, sobrou o cigarro aceso, o incenso queiman...

Talvez

leia e ouça: Sinéad O'Connor || Love Letters   “ Love letters straight from you heart Keep us so near while apart I'm not alone in the night When I can have all the love that you write I memorize every line And I kiss the name that you sign, oh And darling then I read again Right from the start Love letters straight from your heart ” Talvez Talvez ser Talvez crescer Talvez nascer Talvez viver Talvez morrer Morrer? Não Talvez… Apenas talvez Talvez Talvez ser Madrugada Olhos da lua Cores fatigadas Talvez Talvez apenas ser Vida cruel que suga e é sugada Talvez Ser Talvez todo dia Talvez toda noite Talvez todo dia Talvez sorte  Talvez não Talvez má sorte Talvez não Talvez bom azar Talvez não Talvez tudo Talvez nada Talvez vida Talvez morte Talvez uma jornada Talvez Talvez necessário dizer  O que precisaria ser dito Talvez não manter Abafado este grito Talvez Talvez beleza Talvez tristeza Talvez grandeza  Talvez lerdeza Talvez vida Talvez não Talvez tudo Talvez nada ...

Going Down

leia e ouça: lou reed || going down “... Time's not what it seems. It just seems longer, when you're lonely in this world. Everything, it seems, Would be brighter if your nights were spent with some girl Yeah, you're falling all around. Yeah, you're crashing upside down. Oh, oh, and you know you're going down For the last time …” Lou Reed || Going Down E o sonho avançava. Apenas avançava. A noite tinha apenas começado. … - Ei mocinha. Mocinha? Me ouve? Ela chacoalhou os cabelos castanhos desgrenhados, um monte de nós sem sentido, apenas ela, virou o rosto confuso e encarou aquele sujeito grande, intimidador, com cara de bravo e que estava imóvel à sua frente, um verdadeiro brusco naquele cenário. - Então, me ouve? Está me ouvindo? - aquele grandalhão insistiu - Me ouve, porra? - disse, de modo grosseiro. Ela olhou com um tanto de medo e sem saber exatamente o que fazer, o que dizer, o que mexer, o que responder, nada disse. Apenas, nada disse. - Você entende? É surd...

FIREWORKS

- Ai, que merda! - ela gritou, visivelmente irritada. - Tá louca? - ele respondeu, surpreso com o tom de voz dela. - Odeio esta música. DJ idiota - ela emendou - O Clube Varsóvia já foi melhor. Imbecil de escolher isto para o ano novo. - Você é louca? - ele perguntou, sério. - Não, porra, sou louca não. - Mas parece. Caralho. Há quanto tempo você vem no Varsóvia e NUNCA disse isso. O que há? Algum problema? - ele perguntou. Ela balançou a cabeça e seus olhos ficaram cheios de água - Nada - ela disse e confirmou - Nada. Não aconteceu porra nenhuma. - Como assim, nada? - ele questionou - Desde quando você fica transtornada assim? Por tão pouca coisa? Desde quando uma canção escolhida por um DJ idiota te tira do sério? - Nada, puta que o pariu. Nada. Pode ser? - ela disse, bastante brava. - Qual seu problema Lisa? Posso saber? Ela apenas abaixou a cabeça. - Me diz - ele insistiu. Ela ficou em silêncio por alguns instantes e emendou - Hoje é primeiro de Janeiro. Ele a olho...