Pular para o conteúdo principal

Manual de Instruções

 

leia e ouça: the smiths || please, please, please, let me get what I want


Não, meus caros.

Não.

A vida não vem, definitivamente, com um manual de instruções.

Não mesmo.

Nem fodendo.

Nem que você reze muito ou deseje com todo o dinheiro do mundo comprar um deles em algum sebo do centro da cidade.

Não. Ele não existe.

A vida? 

Essa vida?

A nossa vida?

Não tem manual de instruções.

Não mesmo.

Quisera eu que tivesse.

Teria errado menos, muito menos.

Mas, não.

Esse manual não existe.

E vivemos por conta.

Nossa conta.

E assim, você e eu, todos nós, muitas e muitas vezes, nos perdemos, nos atrapalhamos, acertamos, erramos e não temos o que consultar, a quem recorrer em caso de dúvida.

Não.

Nada.

Ninguém.

Vácuo.

A vida não tem, definitivamente, um manual de instruções.

E você, como eu, fica sem saber se deve escrever, ligar, se deve pedir desculpa, se deve gritar ou ficar mudo, ou sair correndo nú pela rua, pelas avenidas da cidade.

O que fazer para recuperar o grande amor? O sorriso e o riso de volta?

Você, como eu, simplesmente não sabe.

A vida, afinal, não tem manual de instruções.

Não.

Não mesmo.

Por isso, nós (eu e quem me lê) erramos, acertamos, tentamos, testamos, fazemos o que está ao nosso alcance.

Sempre.

Sempre.

Com a maior boa vontade e buscando ser feliz, apenas ser feliz.

Simples (simples?) assim.

Eu?

Bem, certamente eu erro e errei MUITO mais na vida do que acertei, mas, também, naquele dia em fevereiro de 2022 eu acertei demais ao dar aquele tão sincero super like.

Tão sincero.

Ela.

Linda.

Olhos verdes.

Amor.

Ganhei, enfim, na loteria do amor.

Em cheio.

No alvo.

Mas, tolo, pus tudo, tudo, tudo a perder.

Não soube me portar, não soube conduzir, não soube fazer nada direito, por mais que eu tentasse, tentasse, tentasse e AINDA TENTAREI.

Sempre.

Tentei (e ainda tento, e ainda tentarei, eternamente).

A vida, meus caros, não tem manual de instrução.

Nem o amor.

Nada.

O amor, esse danado, surge do nada, te toma, te consome, te invade, te domina e, de forma cruel, te prega peças e te induz em erros e te faz perder a pessoa amada.

Aquela pessoa linda sentada como Deusa em uma janela de hotel.

Linda.

Um pouco triste e muito linda.

Excepcionalmente linda.

A vida, infelizmente, não tem manual de instrução.

Nem o amor.

E eu?

Eu continuarei esperando.

Sempre.

Continuarei na tentativa de ter a oportunidade de ajustar as rotas.

As minhas e as nossas rotas, rumos.

Com ela.

Sempre com ela.

O amor da minha vida.

A vida, infelizmente, não tem manual de instrução, mas, convenhamos, podemos sempre tentar viver e amar e consertar o que se pode enquanto respiramos.

Sempre.

Talvez, pensando bem, nem seja preciso ter um manual.

Sigamos o nosso coração e sempre tentando.

Sempre.

Apenas, creio eu, devemos continuar na busca de retomar o amor da vida…

O amor da minha vida que deixei escorrer entre os dedos.

mas… continuarei tentando retomar.

Com ela.

O amor da minha vida.

Enquanto eu respirar.

Apenas isso.

Amo você.




Photo by: n/d



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MILAGRES E NOITES DE VERÃO boomp3.com - Lá vai – ela gritou enquanto arremessava a garrafa na parede, meio “bebinha”, meio “zonza”, toda alegre. Higher than the Sun. Breakfast Club. Ele apenas sorriu. - Mais uma, yeaaaahhh – ela gritou de novo, antes de arremessar a segunda garrafa long neck de cerveja na mesma parede. - Deste jeito os vizinhos vão reclamar, chamar a polícia, nos bater, sei lá – ele disse. Disse só para registrar, pois, na verdade, ele pouco se importava com as conseqüências daquilo tudo. Ela olhou para ele de uma forma divertida e adoravelmente negligente. A mesma forma divertida e negligente que ele estava tão acostumado a curtir ao longo daqueles mais de cinco anos de amizade e delírio. – Quer saber? Quero que os vizinhos se fodam – gritou e caiu na gargalhada – Olhe para nós. Olhe. Bêbados como qualquer coisa, hein? Bêbados e sentados numa quebradinha de uma vila escura, enquanto todos estão lá dentro bebendo, dançando, fumando, amando. Enquanto a festa come solta
APAGUE A LUZ, POR FAVOR? boomp3.com Então é assim que termina? – ele pensou, enquanto a chuva desabava sobre o seu corpo inerte. Ele estava só, parado em frente ao velho apartamento deles, no Centro Velho, apenas olhando o passado. Acaba assim? Desta forma idiota? Eu aqui, parado como um imbecil na frente da minha ex-casa, debaixo de chuva torrencial e com uma mochila cheia de livros e fotos rasgadas? - Quer ajuda, doutor? – perguntou o porteiro, sempre gentil - Está chovendo demais e o Senhor aí, parado na “trovoada”. - Não, obrigado Carlos. Já estou indo – ele respondeu, seco – Já estou indo. Ficou em silêncio por alguns instantes, apenas sentindo o sabor das lágrimas e da chuva. Após tentar acender um cigarro molhado, virou e foi embora de vez daquele lugar. E foi embora para sempre do único lugar em que ele foi, por algum tempo, verdadeiramente feliz. O único lugar em que ele foi, por algum tempo, verdadeiramente apaixonado. ... Mas, e como começa? Começa com um toque, com um gesto

Going Down

leia e ouça: lou reed || going down “... Time's not what it seems. It just seems longer, when you're lonely in this world. Everything, it seems, Would be brighter if your nights were spent with some girl Yeah, you're falling all around. Yeah, you're crashing upside down. Oh, oh, and you know you're going down For the last time …” Lou Reed || Going Down E o sonho avançava. Apenas avançava. A noite tinha apenas começado. … - Ei mocinha. Mocinha? Me ouve? Ela chacoalhou os cabelos castanhos desgrenhados, um monte de nós sem sentido, apenas ela, virou o rosto confuso e encarou aquele sujeito grande, intimidador, com cara de bravo e que estava imóvel à sua frente, um verdadeiro brusco naquele cenário. - Então, me ouve? Está me ouvindo? - aquele grandalhão insistiu - Me ouve, porra? - disse, de modo grosseiro. Ela olhou com um tanto de medo e sem saber exatamente o que fazer, o que dizer, o que mexer, o que responder, nada disse. Apenas, nada disse. - Você entende? É surd

WITH A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS

Hoje em dia, todos os meus amigos me detestam. Todos. Simplesmente todos. Hoje em dia eu tenho certeza disso. E, na verdade, são amigos porque eu ainda assim os considero. Unilateral e solitariamente, ainda assim eu os considero. Mas, triste, eu sei que apenas eu ainda os considero. No meu pequeno e inchado coração, eles ainda são meus amigos. Recuso a aceitar o oposto. Recuso a reconhecer o contrário. Simplesmente recuso. E o que eu fiz de tão grave? Tudo. Simplesmente tudo. Cometi os piores erros que se pode cometer. Menti, fraudei, trapaceei, não fui sincero, errei, não acertei, quis, não quis, fugi, corri, zombei, deixei na mão, enfim, fiz tudo aquilo que não se deve fazer com amigos. Nunca. Nunca, nunca e nunca. E, desta forma, por óbvio que todos, mas todos os meus amigos hoje me detestam. Amigos reais, virtuais, imaginários, inimigos, enfim, todos e todos e todos. De todos os tipos, cores, formatos, sexos e maneiras. Cometi toda sorte de crime que se possa ima
LET´S TALK ABOUT SEX, PAIN AND LOVE... LET´S TALK ABOUT SEX Ela adorava provocá-lo. Simplesmente adorava. Adorava deixá-lo com cara de bobo, com cara de paspalho, com cara de idiota, com cara de desejo, com cara de espanto, com cara de tesão, enlouquecido. Ela adorava isso. Ele também. Ela fazia caras e bocas e mostrava discretamente a ele a sua língua e exibia a sua têmpora ligeiramente molhada de suor e de vontade e de amor e fazia questão que ele percebesse o leve tremor nas suas mãos. Um tremor pós-beijo, um tremor pré-gozo, um tremor leve e gostoso, como deve ser todo bom amor. E ela adorava fazer cara de menininha perdida, de garota inconseqüente, de mulher perdida, de devassa apaixonada. E ele também, simplesmente adorava tudo isso. Como num jogo de gato e rato, como num jogo de esconde-esconde, pega-pega, toque de mãos, beijos molhados. Como num jogo de amor. Simplesmente isso. Amor entre dois jovens enlouquecidos e apaixonados. E o saguão do Hotel Varsóvia